05/05/09

A criação de um sistema de ensino educacional específico para crianças indígenas e a garantia de revisão e novas demarcações de terras estão entre os itens da proposta de Estatuto dos Povos Indígenas que as lideranças de mais de 150 etnias pretendem entregar no Senado e Câmara até sexta-feira, quando se encerra o Acampamento Terra Livre. “Nós, ao longo dos anos, temos tentado destravar a pauta do Congresso Nacional. O projeto que hoje se encontra no Congresso não condiz mais com a nossa realidade, porque ele tramita lá há 14 anos”, disse o líder da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, Marcos Xukuru.
Segundo ele, outros assuntos que preocupam os índios são a;mineração;dentro das terras demarcadas, a gestão dos recursos hídricos, a falta de assistência à saúde e a criminalização e assassinato de militantes da causa indígena e dos próprios índios. “Nós conseguimos poder de veto em políticas de recursos hídricos, mas temos um problema porque a Casa Civil não reconhece esse direito”, acusou Xukuru.
Os projetos energéticos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram atacados pelo líder da Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal (Arpipan), Marcos Apurinã. “O grande projeto chamado PAC atinge diretamente as terras indígenas. Eles dizem que é indireto, mas nós somos nômades, para nós não existe atingir indiretamente. Existem mais de 40 projetos de hidrelétricas que vão inundar as nossas terras”, acusou o líder.

A Gazeta – MT