Indiana Tata Steel bate CSN e compra a siderúrgica Corus
30/01/07
Tata fez uma oferta de 608 pence por ação da Corus, um valor final de US$ 11,3 bilhões pela companhia produtora de 18 milhões de toneladas de aço por ano
SÃO PAULO – A indiana Tata Steel bateu a rival brasileira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na disputa pela anglo-holandesa Corus. O leilão iniciado no início desta tarde terminou por volta das 23 horas, em Londres.
A Tata fez uma oferta de 608 pence por ação da Corus, um valor final de US$ 11,3 bilhões pela companhia produtora de 18 milhões de toneladas de aço por ano. A CSN chegou a uma oferta máxima de 603 pence por ação, um valor máximo de US$ 11,207 bilhões. O empresário Benjamin Steinbruch, controlador da CSN, deverá fazer um pronunciamento oficial da companhia nesta quarta-feira sobre a derrota.
Bancos e o mercado financeiro acompanharam detalhadamente os lances do que foi considera do maior negócio siderúrgico do momento, pois as instituições financeiras podem participar como financiadores do negócio. O WestLB, por exemplo, iria avaliar a operação assim que for concluída, afirma Cláudio Pitchon, vice-presidente executivo responsável pelo setor de Mineração e Siderurgia do banco.
No rankingA Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ocupa atualmente a 50ª posição no ranking mundial e, com a aquisição da Corus, poderia entrar no seleto grupo de produtores de aço no qual estão grandes empresas como a européia Arcelor Mittal, a japonesa Nippon Steel ou a sul-coreana Posco. Se vencesse a Tata Steel, a CSN se tornaria o 5º maior grupo siderúrgico do mundo, com produção anual de 23 milhões de toneladas de aço. A CSN superaria em 10 milhões de toneladas a produção da maior siderúrgica brasileira, a Gerdau.
Com a Corus, a CSN aumentaria o próprio consumo, logo não precisaria entregar à Vale o minério. Na semana passada, um diretor da Vale chegou a dizer que a empresa poderia questionar a venda de minério da Casa de Pedra para a Corus. Vale e CSN se tornaram inimigas depois do descruzamento das ações e principalmente quando a siderúrgica decidiu lançar um plano de US$ 1,5 bilhão para elevar a produção da Casa de Pedra e se tornar uma grande exportadora de minério. A Corus tem um contrato de compra de minério com a Vale por dez anos.
A batalha pela Corus
A Tata Steel começou a batalha de ofertas pela Corus com proposta de 455 pence por ação e a elevou para 500 pence. A CSN fez uma única oferta formal, de 515 pence por ação.
Veja abaixo a cronologia dos principais eventos na batalha pela aquisição da Corus:
17 de outubro de 2006 – A Tata Steel oferece 4,1 bilhões de libras (US$ 7,6 bilhões) pela Corus, ou 455 pence por ação em dinheiro.
20 de outubro – O Conselho da Corus aprova a proposta da Tata Steel.
17 de novembro – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) indica disposição para oferecer 475 pence por ação, ou o equivalente a US$ 8,1 bilhões, superando a oferta da Tata Steel.
27 de novembro – A Corus adia uma assembléia geral de acionistas de 4 de dezembro para 20 de dezembro para permitir uma contraproposta.
10 de dezembro – A Tata Steel oferece 4,7 bilhões de libras (9,2 bilhões de dólares), ou 500 pence por ação da Corus. O Conselho da Corus recomenda a oferta revisada aos acionistas.
11 de dezembro – A CSN formaliza sua proposta pela Corus, em 515 pence por ação, ou US$9,6 bilhões em dinheiro.
19 de dezembro – O “Painel de Aquisições”, órgão regulador da Grã-Bretanha, determina 30 de janeiro como data limite para que Tata Steel e CSN façam novas ofertas revisadas pela Corus.
22 de dezembro – A Tata Steel obtém aprovação da Comissão Européia para comprar a Corus.
26 de janeiro de 2007 – O “Painel de Aquisições” anuncia que fará um leilão pela Corus em 30 de janeiro.
29 de janeiro – A União Européia aprova a oferta da CSN pela Corus.
Agência Estado