Ibram tem plano para mudar imagem do setor
13/12/06
Luís Osvaldo Grossmann
Da equipe do Correio
;
As mineradoras brasileiras vão investir R$ 12 milhões em uma campanha para melhorar a imagem do setor no país. O plano foi anunciado ontem, em evento que comemorou os 30 anos do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e prevê a realização de seminários, publicação de livros e propagandas em jornais, rádios e redes de televisão. A maior parte do dinheiro virá de grandes empresas como a Companhia Vale do Rio Doce, BHP Billiton e Votorantim.
;
?O que existe contra a mineração é a desinformação. Hoje o maior protagonista do comércio exterior brasileiro não é mais a agricultura, mas a mineração, que este ano já responde por 25% do saldo da balança comercial. Queremos acabar com o estigma de que não tem como minerar sem destruir os recursos naturais?, afirma o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna.
;
O Plano de Imagem da Mineração já começou a sair do papel. Ontem foi anunciado o lançamento do primeiro livro sobre a história do setor no Brasil. Segundo Penna, a imagem da mineração como destruidora da natureza é prejudica o setor tanto no governo e quanto no Congresso Nacional, o que chega a atrapalhar a tramitação de assuntos de interesse das mineradoras. Tanto é que um dos eventos já confirmados para 2007 é uma exposição no parlamento.
;
O setor quer sensibilizar deputados e senadores especialmente em relação a projetos que pretendem aumentar o valor da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Mas não é só. A idéia também é mostrar que algumas decisões, como licenças ambientais, precisam ser mais ágeis. ?Precisamos de mais velocidade para aproveitarmos o bom momento internacional?, diz Penna. Minerais em geral, especialmente os metálicos, passam por um ciclo de alta dos preços, embalados pela demanda da China.
;
Na comemoração dos 30 anos do Ibram, não faltaram lamentos sobre as dificuldades do setor no Brasil ? os entraves regulatórios, tributários e de infra-estrutura. A maior delas, porém, é o custo da energia elétrica. Os empresários reclamam que o preço no país, de US$ 80 por MW/h, é o dobro de outros países com riqueza mineral. ?Estamos perdendo competitividade. A energia tem impactado negativamente nas decisões de investimento sobre o Brasil?, afirmou o presidente da BHP Billiton Brasil, Eleazar de Carvalho Filho.
Correio Braziliense