IBRAM participa de evento na B3 sobre as oportunidades de investimentos da mineração ao mercado financeiro
08/10/24
O evento, promovido pela Rede Invest Mining, reúne entidades empresariais, instituições públicas e agentes financeiros para destacar como o mercado de capitais pode impulsionar investimentos no setor mineral.
As estimativas de investimentos da mineração para os próximos anos e as expectativas internacionais diante do mercado brasileiro foram abordadas pelo diretor de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Julio Nery, durante o Invest Mining Summit 2024. O evento, organizado pela Rede Invest Mining, ocorreu nesta 3ª feira, na sede da B3, em São Paulo, apresentou também as oportunidades de investimento no setor, com destaque para o papel do mercado de capitais na atração de investimentos para a mineração. Também representaram o Instituto a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do IBRAM, Cinthia Rodrigues, e o diretor Executivo no Mining Hub, Leandro Rossi.
Durante sua apresentação, Julio Nery exibiu dados que destacam o impacto transformador e o avanço socioeconômico que a indústria mineral traz à sociedade. “Em 2023, alcançamos a produção de 1,24 bilhão de toneladas de minérios, com exportações totalizando US$ 42,98 bilhões, o que representa 392 milhões de toneladas de 91 tipos diferentes produzidos no Brasil. O faturamento foi de R$ 248,2 bilhões e atualmente geramos mais de 210 mil empregos diretos, além de criar mais de 2,2 milhões de empregos indiretos. Nossa estimativa é que o setor receba investimentos de US$ 64,5 bilhões no período de 2024 e 2028. Sem dúvida, somos um dos três principais setores produtivos do país. Com estabilidade jurídica e tributária, e um vasto conhecimento geológico, podemos estabelecer um ambiente mais propício para novas minas e, assim, promover um crescimento ainda maior do setor”, afirmou.
Nery também enfatizou que a mineração pode posicionar o Brasil como um protagonista global na inovação tecnológica e na transição para uma “economia verde”. Ele destacou que o enfrentamento da emergência climática e o cumprimento do Acordo de Paris dependem, em parte, da expansão da extração e do uso de recursos minerais. “Os minérios são essenciais para essa agenda, que inclui a descarbonização, a mitigação das mudanças climáticas, a preservação ambiental, a geração de energia a partir de fontes renováveis e o desenvolvimento de tecnologias como motores elétricos e sistemas de inteligência artificial”, acrescentou.
O diretor do IBRAM mencionou ainda a criação do estudo “Fundamentos para Políticas Públicas em Minerais Críticos e Estratégicos para o Brasil”, elaborado em parceria com o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Este estudo apresenta propostas para que o Estado brasileiro possa estruturar de forma acelerada uma política dedicada à produção em larga escala de minerais críticos e estratégicos, visando tanto o presente quanto o futuro. O estudo foi apresentado ao Congresso Nacional em julho deste ano. Clique aqui e acesse o material.
Ao concluir sua apresentação, Julio Nery elogiou a importância do debate e ressaltou a necessidade de criar mecanismos de acesso a linhas de crédito para pequenas e médias empresas de mineração, especialmente aquelas que realizam pesquisa mineral.
O painel contou com a participação de Ricardo Fonseca, sócio responsável pela Área de Mineração do Banco Genial, que apresentou uma visão geral do setor mineral brasileiro. Marcos Andre Gonçalves, presidente do Conselho Deliberativo da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB), discutiu as potencialidades minerais do país. Luis Maurício Azevedo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM), detalhou a atuação das principais empresas de mineração no Brasil. Ana Paula Bittencourt, secretária-adjunta da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, moderou a discussão.