17/06/23

Extrativistas de Rondônia, representantes dos movimentos indígenas e socioambientais se reuniram em Guajará-Mirim (RO) para debater sobre políticas de governança de mudanças climáticas que afetam diretamente as áreas protegidas e as estratégias de ação frente ao cenário sociopolítico e ambiental da região. O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, foi um dos palestrantes do Encontro Estadual dos Extrativistas de Rondônia, nesta 6ª feira (16/6).

Ele foi a convite da líder da comunidade Nedinha Suruí e esteve acompanhado do diretor de Comunicação, Paulo Henrique Soares. Neidinha foi a primeira mulher a participar de expedições para localizar vestígios da ocupação de indígenas isolados na Fundação Nacional do Índio. Há quase 50 anos, ela luta em defesa da floresta e dos povos indígenas da Amazônia.

Ele abordou questões importantes para o desenvolvimento regional, como o combate ao garimpo ilegal e a implantação de atividades minerais sustentáveis e responsáveis com as pessoas, inclusive, os povos indígenas da Amazônia. Jungmann lembrou que o setor mineral trabalha para proporcionar maior desenvolvimento socioeconômico para todos, sempre focado nas questões socioambientais.

“Além de falarmos sobre a sustentabilidade da indústria da mineração, de fazermos a defesa do setor, nossa proposta foi fazer mais do que isso. Nos colocamos à disposição das comunidades ali representadas para colaborar com logística, com reflorestamento e com tecnologia”, disse.

Raul Jungmann discursa sobre a mineração responsável no encontro de seringueiros, comunidades e povos indígenas em Rondônia.

O dirigente do IBRAM também disse que “o Instituto passou a ser um agente articulador e influente junto a ONGs, governo, setor produtivo, blocos econômicos – caso da União Europeia – e países, como a Suíça, para efetivar ações contra o garimpo ilegal e a comercialização de ouro proveniente dessa atividade criminosa. O garimpo ilegal é um problema sério na Amazônia, aflige os povos indígenas e os habitantes das áreas urbanas e precisa ser combatido por todos nós, inclusive, pelo setor produtivo, que recolhe tributos, gera empregos legítimos e investe na prosperidade das localidades onde desenvolve sua atividade”.

O presidente do IBRAM ainda citou diversas ações da entidade em prol de um setor mais responsável com o meio ambiente. “Além de agir para eliminar a chaga do garimpo ilegal, o IBRAM defende, em paralelo, a estruturação de um projeto de desenvolvimento sustentável e perene para a Amazônia. Por isso, em agosto, vamos realizar a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém do Pará, para encontrar caminhos futuros de desenvolvimento da região”, disse.

Neidinha Surui e Raul Jungmann.

Homenagem à contribuição de Raul Jungmann aos seringueiros

Raul Jungmann foi homenageado no Encontro Estadual dos Extrativistas de Rondônia. Por ter agido, há décadas atrás, para criar uma reserva extrativista de látex no estado, ele foi homenageado pela Organização de Seringueiros de Rondônia.

Raul Jungmann com a poronga que recebeu de Sebastião Gonçalves Neves (à esq.), vice-presidente da Organização dos Seringueiros de Rondônia.

Ele recebeu da entidade uma poronga, instrumento de iluminação utilizado para extrair látex no período noturno.

Participam também dos debates organizações socioambientais que atuam no Estado, como a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e Ação Ecológica Guaporé – Ecoporé, além do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia. O evento é promovido pela Organização dos Seringueiros de Rondônia – OSR e  segue até domingo, dia 18.

Com informações do ISA