09/12/22

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) celebra 46 anos de fundação neste 10 de dezembro. O diretor-presidente Raul Jungmann faz um balanço de 2022 e expõe itens importantes da agenda do IBRAM para 2023.

Segundo ele, “a indústria da mineração tem pela frente a missão de melhorar seu desempenho em 2023 e o IBRAM dará total apoio para que este objetivo seja contemplado. O resultado financeiro é importante, mas também daremos especial atenção aos demais aspectos da mineração, que é seu envolvimento direto com as boas práticas ESG, tendo por consequência a geração de valor para as pessoas e o país”.

Raul Jungmann ressalta o compromisso do setor mineral pelo desenvolvimento sustentável. Crédito: Divulgação

Jungmann reforça que a mineração brasileira “é muito mais do que números. Todos deste setor temos que nos preocupar como vamos evoluir a sustentabilidade, de um modo amplo, em 2023, e como faremos a sociedade perceber este movimento positivo. A agenda da indústria da mineração, conduzida pelo IBRAM busca estabelecer a percepção do setor como sendo um parceiro para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental”.

Agenda ESG da Mineração do Brasil – Em 2022, o diretor-presidente lembra que o IBRAM reforçou as ações em torno da estruturação dessa Agenda, que norteia toda a atuação do IBRAM e das mineradoras associadas. Cada novo projeto, empreendimento, evento, discurso está calcado nesta Agenda ESG.

Periodicamente, o IBRAM e as associadas prestam contas publicamente de cada avanço para estabelecer metas, ações e indicadores de resultados em 12 áreas relacionadas à atividade mineral, como segurança de processos e ocupacional; mitigação de impactos; relacionamento com comunidades; desenvolvimento de territórios minerados; diversidade e inclusão; uso de água e energia com elevação de fontes renováveis; inovação, entre outras.

“Se a indústria da mineração quer ser reconhecida por ser um setor que apresenta e tem condições de apresentar muito mais contribuições ao desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Brasil, no longo prazo, ela tem que se mostrar, se comportar completamente aderente às boas práticas internacionais de ESG. É a melhor forma para reconquistar a confiança das pessoas de que é um setor conduzido por profissionais sérios, imbuídos dos compromissos voltados à excelência em governança, que abarca todas as ações corporativas em prol do ESG”, afirma.

EXPOSIBRAM – Em 2022, outro dos pontos de destaque foi a retomada do modelo presencial para o maior evento setorial da América Latina, a EXPOSIBRAM. Circularam no pavilhão de exposições e no Congresso Brasileiro de Mineração cerca de 60 mil pessoas, um recorde. As empresas participantes relataram que as perspectivas de novos negócios resultantes do evento foram as melhores em comparação com edições anteriores. É uma sinalização positiva de que os investimentos no setor irão crescer além dos US$ 41 bilhões projetados até 2026.

EXPOSIBRAM 2022 realizada no mês de setembro, em Belo Horizonte (MG)

Posicionamento institucional – No presente ano o IBRAM estabeleceu uma linha de posicionamentos perante a sociedade, de modo a firmar opinião sobre temas relacionados ao setor mineral, a exemplo do posicionamento contra a tramitação em regime de urgência do projeto de lei que regulamentava atividades econômicas – entre as quais, a mineração – em terras indígenas. Também reconfirmou seu apoio e respeito à convenção 169 da OIT.

Jungmann também destaca a elaboração de propostas de políticas públicas voltadas a dinamizar o setor mineral, entregues aos candidatos à Presidência e a governos estaduais, o que também está sendo debatido junto à equipe do governo de transição.

Combate ao garimpo ilegal – Outro ponto de destaque em 2022 foi que o Instituto deu início a uma ampla articulação com vistas a criar mecanismos mais eficazes de combate ao garimpo ilegal e à comercialização de ouro. Estas práticas são raízes de graves crimes contra o ambiente, a economia e as pessoas – entre as quais os povos tradicionais.

App para a segurança – O IBRAM também fez o lançamento do aplicativo de segurança PROX em parceria com a CEMIG e envolvimento do Mining Hub, apoio da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. O PROX traz a transparência, promove a segurança, e nos dá autonomia, já que cada usuário pode dimensionar os riscos e, ao mesmo tempo, encontrar informações seguras, o que é importantíssimo neste tempo de fake news.

Multiplicando segurança com o aplicativo PROX. Crédito: Divulgação

Rede de financiamento – Houve também ações para reforçar a rede Invest Mining para favorecer a captação de investimentos para projetos minerais no Brasil e incremento da participação do IBRAM no Mining Hub, que é o espaço central para o desenvolvimento de soluções de base tecnológica para o setor mineral.

Ações pela Amazônia – Em 2022 também foram iniciadas tratativas para importantes pautas relacionadas ao setor mineral. Um exemplo é a articulação com setores privado e público para efetivar um fórum propositivo de um plano de desenvolvimento sustentável, ancorado na bioeconomia, para a Amazônia. Trata-se da Conferência Internacional Amazônia e Bioeconomia, a ser realizada em agosto de 2023, no mesmo período da EXPOSIBRAM 2023, em Belém (PA).

Calendário de eventos setoriais – Além desses, outros eventos estão confirmados para 2023, como o CBMINA; a 2ª edição da DIVERSIBRAM – grande encontro do setor para diversidade e inclusão; o e-mineração 2023; a 2ª edição do Prêmio Municípios Mineradores; o Congresso de Direito Minerário; o Prêmio IBRAM de Boas Práticas; além de apoio e participação em diversos eventos, como PDAC 2023, Simexmin, Perumin, World Mining Congress, entre muitos outros. “Os eventos são oportunidade para termos ganhos em termos de conhecimento e avanços nas tratativas comerciais para a evolução sustentável do setor”, afirma Jungmann.

Mineração e agendas globais – Outra pauta importante iniciada em 2022 e que terá sequência em 2023 é a condução de iniciativas voltadas a proporcionar condições para que a indústria da mineração do Brasil se candidate a liderar a oferta de boa parte dos minerais críticos para o cumprimento das principais agendas globais, como de transição energética, de migração para uma economia de baixo carbono, de mitigação dos riscos climáticos, de eletrificação, entre outras.

Estas são qualidades e contribuições da indústria da mineração que devem ficar em evidência perante o público. “Temos que agir para que as pessoas, em geral, conheçam, se familiarizem com a verdadeira face da mineração e reconheçam nela uma parceira de primeira hora para o desenvolvimento socioambiental e econômico e que deve figurar em todo planejamento de políticas públicas direcionadas a este caminho. Não se trata de apenas uma mudança de discurso corporativo ou institucional, mas, sim, de um esforço coletivo para atrair a atenção da opinião pública, dos que tomam decisões sobre o futuro, para o real papel da indústria da mineração do Brasil. E 2023 será um ano muito importante para almejarmos esta conquista”, diz Raul Jungmann.