18/04/08

No ano passado, a GE fechou com a Companhia Vale do Rio Doce uma aliança estratégica com o objetivo de estreitar o relacionamento entre as duas empresas. Desde 1972 a GE já vendeu à  mineradora brasileira inúmeras locomotivas, bem como forneceu serviços de automação industrial e tratamento de água, entre tantos outros produtos e serviços, mas agora as duas companhias fecharam um acordo multianual para desenvolvimento técnico na área de transportes, energia e água.O acordo recebeu menção na carta aos investidores e destaque em seu relatório anual, ao comentar as oportunidades de negócios nos mercados emergentes.É exatamente esse o novo modelo de negócios que a GE se propõe a estabelecer com o setor mineral: uma plataforma de soluções abrangentes, que pode passar por diversas áreas de atuação da GE, de tecnologias para medição e monitoramento até o financiamento.A idéia da companhia é pelo menos dobrar seu faturamento com mineração dentro dos próximos dois ou três anos. A empresa, que estima atingir faturamento de US$ 1 bilhão em 2010 na área e avalia que o setor representa uma oportunidade de negócios de cerca de US$ 3 bilhões em três anos. Nem é tanto, já que segundo informações da empresa, os clientes da GE na área de mineração planejam investir US$ 200 bilhões, somente em bens de capital, dentro dos próximos cinco anos.MudançaPara atingir seu objetivo, a GE criou uma nova estrutura organizacional, especialmente para atender à s empresas do setor, denominada vertical de mineração, a exemplo do que já havia feito nas áreas de construção e de biocombustíveis. Chamou para comandar a área Jay Wileman, engenheiro com especialização na área nuclear que já havia trabalhado anteriormente nos segmentos de petróleo e gás e de transportes.”A GE tem inúmeros produtos e serviços que podem atender a indústria da mineração, mas até agora cada área estava trabalhando isoladamente e terei a função de fazer todos trabalharem juntos”, resumiu, em um de seus primeiros compromissos públicos à  frente da nova área.CenárioWileman esteve na Expomin, considerada a maior feira de mineração da América Latina e segunda maior do mundo, já que conta com um espaço de aproximadamente 50 mil metros quadrados, em que 920 expositores se dividem para apresentar 3 mil marcas de serviços e produtos ligados ao setor para os 60 mil visitantes. Foi esse o cenário escolhido pela GE para mostrar-se oficialmente pela primeira vez com a nova estrutura organizacional.A escolha pela América Latina para começar o trabalho não é por acaso, segundo a própria empresa, somente a região deverá receber investimentos de mais de US$ 55 bilhões dentro dos próximos três anos.No Brasil deverão ser investidos US$ 32 bilhões, segundo os cálculos mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).(Luciana Collet – Gazeta Mercantil)

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