Grupo francês perde monopólio de exploração de urânio no Níger
04/08/07
Paris, 4 ago (EFE).- O grupo francês Areva, especialista em energia nuclear, foi obrigado a renegociar os acordos sobre a exploração das minas de urânio no Níger após os atritos com as autoridades do país e perderá seu monopólio. O secretário de Estado de Cooperação francês, Jean-Marie Bockel, que está hoje em Niamey, capital do Níger, explicou em entrevista ao jornal “Le Monde” que, após os atritos com o governo, a Areva iniciou “uma renegociação das relações” entre as duas partes. Bockel reconheceu que a companhia francesa, que obtém um terço de seu abastecimento em urânio do Níger, cometeu “uma estupidez involuntária”, mas negou que tenha apoiado a rebelião tuareg, como afirmam responsáveis do Governo. As acusações levaram à expulsão, em 25 de julho, do diretor da Areva no Níger, Dominique Pin, um mês depois de ter ocorrido o mesmo com o responsável de segurança da companhia, Gilles Denamur, coronel do Exército reformado e ex-responsável militar francês em Niamey. As autoridades do Níger – quinto maior produtor mundial de urânio, depois de Canadá, Austrália, Cazaquistão e Rússia – acusam o grupo francês, que está há mais de 40 anos no país, de ter apoiado os rebeldes tuareg do Movimento de Nigerinos pela Justiça. A companhia tem 1.600 funcionários no país. A Areva usava os serviços da Força Nacional de Intervenção e Segurança para a proteção de suas instalações de prospecção de Imouraren (norte) das incursões de bandidos, traficantes e rebeldes, mas alguns de seus membros desertaram e passaram a fazer parte do movimento rebelde. O presidente do Níger, Mamadou Tandja, que na terça-feira falou com o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, advertiu que no próximo ano as duas partes voltarão a negociar para obter mais lucro com o urânio, e “nada será como antes”. Após a quebra do monopólio da Areva, será facilitada a entrada de outros compradores no país, em particular chineses, australianos e canadenses. Apesar dos atritos recentes, a Areva anunciou que têm a intenção de duplicar sua produção de urânio no mundo até 2012 e, no caso de Níger, prevê investir ? 1 bilhão na jazida de Imouraren.
Agência EFE