GP arremata o controle da Magnesita por R$ 1,24 bi
14/08/07
A GP Investments confirmou ontem a compra da fábrica de material refratário – utilizado em fornos industriais – e mineradora Magnesita, de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), por R$ 1,24 bilhão. O grupo, líder no segmento de private equity (compra parte ou a totalidade de empresas, investe e depois vende sua participação no mercado financeiro) na América Latina (AL), adquiriu 70,7% do capital votante e 38,6% do capital total da companhia. O preço por ação contratado para a aquisição do bloco de controle é de R$ 77,00 por ordinária (com direito a voto), e R$ 34,00 pelas preferenciais (sem direito a voto). A Magnesita é a maior produtora de material refratário da AL e fornece produtos e serviços a indústrias siderúrgicas, de cimento e vidro, a partir de seis plantas industriais no Brasil e uma na Argentina. Os atuais dirigentes da Magnesita, da família Pentagna Guimarães, não comentaram ontem o assunto. A assessoria de imprensa do GP informou que os representantes do fundo de investimentos também não se pronunciariam. O grupo apenas ressaltou, em nota divulgada na Internet, que, em função do forte posicionamento de mercado da mineradora, suas vantagens competitivas e o sólido conhecimento técnico de seu corpo gerencial, «apoiará a companhia para explorar as oportunidades de crescimento no mercado local, assim como no exterior, passando a atender parte de seus clientes atuais em suas operações fora do Brasil». A empresa mineira tem capacidade de produção de 617 mil toneladas anuais de material refratário, sendo totalmente integrada em termos de acesso a sua principal matéria-prima, o minério de magnesita, detendo a propriedade e operação de reservas minerais nos estados da Bahia, Ceará e Minas Gerais. Em 2006, apresentou vendas líquidas de R$ 1,1 bilhão. Sua aquisição pelo fundo de investimento se enquadra dentro de um cenário global de consolidação no setor, com o aquecimento da demanda por minérios, e procura pelas pequenas empresas com grande potencial. De acordo com fontes do mercado, os dirigentes da Magnesita não teriam recursos para acompanhar a competição voraz apenas reinvestindo os lucros, por isso teriam preferido abrir mão do negócio. A mineradora estava à venda há mais de um mês. Entre os interessados, além do GP – que ainda deverá desembolsar, pelo menos, mais R$ 403 milhões para a compra do restante das ações ordinárias de minoritários -, estavam a siderúrgica européia Arcelor Mittal, a austríaca RHI, o grupo japonês Hurosaki e o fundo de investimentos brasileiro Tarpon. A GP Investments, que acabou ganhando a briga, foi criada em 1993, nas Bermudas, e já captou mais de US$ 1,5 bilhão de investidores brasileiros e internacionais, tendo adquirido mais de 40 companhias em 11 setores diferentes. A compra da Magnesita marca sua entrada no negócio de mineração. Em Minas Gerais, tem atuação com capital investido em ações da Oi (antiga Telemar). Também já investiu na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), no portal de compras na Internet Submarino e ainda detém participação no Hopi Hari. Na última sexta-feira, o grupo anunciou a compra das operações latino-americanas da companhia de perfuração de poços de petróleo e gás Pride International, por US$ 1 bilhão.
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