Governador Helder Barbalho considera relevante debater bioeconomia como modelo de desenvolvimento para a Amazônia
30/11/22
O governador do Pará, Helder Barbalho, disse, na noite desta 3ª feira (30/11), em Brasília, que a mineração é compatível com o bioma e com a geração de valor para o desenvolvimento da região amazônica. Ele afirmou ser “relevante” o fato de o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) anunciar a realização da Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia, em agosto de 2023, em Belém (PA), “para debater a mineração e todo um novo modelo de desenvolvimento para a região e para o país”.
– “Fico feliz em ver a preocupação da mineração com o meio ambiente. A compreensão e o amadurecimento em compreender que o uso do solo precisa estar cada vez mais relacionado à sustentabilidade. E que a mineração, sendo ela conduzida de modo legal, deve se apresentar como uma solução compatível com o bioma, compatível com a estratégia econômica, com a agregação de valor, e com as oportunidades advindas da implantação do conhecimento, da tecnologia, da ciência”, disse o governador.
Helder Barbalho e o Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, José Fernando Gomes Júnior, participaram da solenidade de lançamento da Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia e da EXPOSIBRAM 2023, na sede do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), onde foram homenageados pela sua atuação pelo desenvolvimento sustentável do setor mineral.
Sobre a conferência de bioeconomia, o diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, disse que “o setor da mineração tem a decisão de abraçar a Amazônia. No centro das preocupações do mundo está a questão ambiental e, particularmente, a questão climática. E no centro dessa questão climática está a Amazônia. O estado do Pará se destaca por ter todo um governo com a preocupação relacionada à questão da Amazônia, da sustentabilidade, que também nos reúne e nos preocupa no setor mineral. A conferência representa o compromisso do setor mineral com este ativo, que é a Amazônia, ativo no sentido de natureza, biodiversidade, de história, de tecnologia, não só nosso, mas importante para o mundo”.
Mineração é vocação consolidada na Amazônia, diz governador
Helder Barbalho agradeceu a homenagem e disse que “não há solução para a floresta sem valorizar as pessoas que nela moram. Não há solução para a economia sem a floresta estar viva. Floresta em pé, por si só, não cumpre o papel do equilíbrio climático. Precisa estar viva, fazendo sequestro de carbono, produzindo biodiversidade, compatível com os sabedores da floresta, suas raízes e origens para que com os conhecimentos tradicionais consorciados com a tecnologia, com a inovação, com o conhecimento do hoje, possamos construir a solução que perpassa por vocações já consolidadas, e a mineração é uma delas, o agro da mesma maneira. Mas são atividades que devem ser incrementadas com a lógica da bioeconomia, com o incremento do portfólio de commodities do Brasil”.
Conferência de bioeconomia será aquecimento para COP no Brasil
Helder Barbalho disse que considera positivo Belém ter sido escolhida para a sede da conferência no ano que vem e que isso irá contribuir para a candidatura da capital paraense sediar a COP30 – conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em 2025. A conferência será “um aquecimento para a COP30, já que o otimismo é um sentimento que persigo para termos a honra de fazer na Amazônia, na capital do Pará, o maior evento de discussão climática do mundo”.
Segundo ele, o IBRAM contribui, assim, para que o governo do Pará cumpra o propósito de atrair lideranças internacionais “para debater as soluções à questão do clima, a partir da Amazônia, conhecendo, efetivamente, nossa região, conhecendo as diferentes ‘amazônias’ em nosso território; os desafios sociais de uma região com aproximadamente 30 milhões de brasileiros que, ao tempo em que estão na maior bacia hidrográfica do mundo, ainda sofrem com a falta de abastecimento de água potável; que ainda sofrem com dificuldade severas sociais, já que habitam determinados territórios da Amazônia com os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil; que ainda se deparam com a ausência de serviços essenciais, como tratamento de esgoto, de oferta de educação e de saúde”.
Helder Barbalho elogia atuação das mineradoras no Pará
O governador do Pará enalteceu a importância de se desenvolver a mineração industrial e sustentável para promover o crescimento econômico, social e ambiental da Amazônia:
– “Precisamos construir, a partir dos ativos minerais, dos ativos ambientais, a solução de um novo ativo social. Ao momento em que o IBRAM escolhe fazer uma ampla discussão sobre a Amazônia, sobre a bioeconomia e buscar provocar todos os seus atores para o tema, eu festejo porque isso está absolutamente de acordo com o que queremos. Queremos que a mineração continue como vocação estratégica para a nossa região. Queremos que o agro continue como vocação estratégica. Precisamos pensar em atividades que estejam compatíveis com a vocação da mineração, mas que possamos fazer da riqueza do minério um ativo para buscar alternativas econômicas, que possam inovar e, acima de tudo, permitir o resgate social necessário. Por isso, a importância de o IBRAM não se limitar a discutir a mineração em si, mas poder discutir a bioeconomia porque ela tem um conteúdo e ao se buscar decifrar a palavra bioeconomia, a visão é extremamente ampla”.
Ele citou exemplos de mineradoras que já praticam e estimulam a bioeconomia no Pará, ao desenvolver atividade econômica sustentável, preservar o meio ambiente e estudar o bioma, como “Vale, Hydro e Alcoa e tantos outros projetos no território paraense que dialogam com o processo da cadeia produtiva que a bioeconomia produz, cadeia esta que o planeta à qual já se apresenta e que o Brasil pouco conhece”.
Helder Barbalho espera que a Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia contribua para mudar este cenário. Segundo ele, o “estado do Pará contabiliza, em atividade de bioeconomia, o equivalente à soma de todos os estados da Amazônia. Mas o Pará tem apenas 1% do mercado global de bioeconomia. É uma relação absolutamente divergente, por estarmos na principal reserva tropical do planeta, com a maior biodiversidade tropical do mundo e, ao mesmo tempo, termos participação de mercado em um PIB expressivo, que o planeta está agindo e buscando (aumentar sua participação), portanto, está aberta uma oportunidade extraordinária para a Amazônia avançar e crescer em um modelo sustentável”.
Ao final de seu discurso, Helder Barbalho recebeu de Raul Jungmann um exemplar do “Livro Verde da Mineração”. Segundo Jungmann, a publicação “relaciona parte dos esforços que a mineração desenvolve em prol do respeito, da conservação do meio ambiente; é uma obra essencial para a economia e para a vida e realizamos estes esforços com muito empenho, com muita disposição”.
Clique aqui e acesse a cobertura fotográfica do evento.
Leia também
Mineração poderá atrair investimentos expressivos para o Brasil, diz ministro Sachsida
Ministro Carlos França: Brasil poderá atrair investimentos em microcomponentes e expandir setor mineral
Vale irá patrocinar Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia e EXPOSIBRAM 2023