Globest quer exportar 55 mil toneladas
17/08/11
Apesar de o Ceará não ter tradição na lavra de minério de ferro, a Globest insiste em garimpar bons negócios em solo cearense. Até o final do ano, a empresa terá investido R$ 40 milhões
Após quatro embarques improvisados – mas bem-sucedidos -, a Globest Ceará Mineradora não desiste de explorar minério de ferro no Estado. A investida, agora, é exportar à China mais cerca de 55 mil toneladas (t) do produto cearense até o fim de agosto, informou ao O POVO uma fonte ligada à diretoria da empresa.
A Globest deixou de trabalhar na mina em São José do Torto, em Sobral, de onde saiu a primeira grande remessa do Porto do Pecém de minério de ferro para exportação – 75 mil t. A empresa havia realizado a retirada em área superficial. Ao passar à extração mais profunda, o trabalho tornou-se difícil e a empresa optou por cessar, pelo menos, por enquanto.
Na tentativa de tornar viável o negócio em Sobral, a Globest está firmando parceria com a empresa Coreaú Calcário, que atua produção de calcário, cal hidratada e está desenvolvendo a expertise em extração de minério.
O foco agora da mineradora é investir na região do Sertão de Crateús. No final de 2010, a Globest adquiriu novas áreas para investir. Entre os terrenos, um no município de Quiterianópolis, distante cerca de 410 quilômetros de Fortaleza.
A perspectiva é de chegar a 300 mil toneladas de minério levados ao exterior até o final de 2011. O objetivo é o mesmo do ano passado, quando a meta não foi concretizada. Este ano, cerca de 150 mil t já foram despachados, disse.
Os produtos de maior força no setor mineral cearense continuam sendo as rochas ornamentais e as matérias-primas para construção civil. O gerente de mineração da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Francisco Paula Pessoa de Andrade, explica que as perspectivas são promissoras.
Pessoa informa que duas entidades nacionais estão realizando pesquisas no Estado para identificar onde é possível desenvolver o setor. Um deles é Serviço Geológico do Brasil (CPRM), ligado ao Ministério de Minas e Energia.
?Está sendo feito o mapeamento em escala de semi-detalhe, que dá indícios da presença de minerais no solo. É uma combinação de resultados que abrem perspectivas para caracterização de novas jazidas?, explica o gerente.
A Adece fez também uma parceria com o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), e com a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec) para detalhar os estudos. O foco está nos chamados minerais de baixo teor, como platina e terras raras, que são pouco visíveis.
?Temos indicativos promissores para rochas ultrabásicas, que podem ter elementos químicos valiosos, como a platina.? A importância do bem mineral como matéria-prima não é novidade no Ceará, mas é recente a percepção do incremente econômico que o ramo pode dar.
O Povo Online