Gerdau reclama de custos de energia
05/07/07
Brasília, 5 de Julho de 2007 – O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse que a produção industrial brasileira tem perdido competitividade no mercado internacional em razão do aumento dos custos com energia. Em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o custo da energia na indústria, Gerdau lembrou que a tarifa cobrada do consumidor industrial aumentou 150% entre 2001 e 2006. No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou apenas 50%. Um dos motivos desse aumento, segundo Gerdau, foi a criação de dez novos encargos governamentais, além dos tributos normais. Parte desses encargos devem financiar obras como a construção de gasodutos e a usina nuclear de Angra 3. O empresário afirmou ainda que o controle da tributação é necessário para evitar a `exportação de impostos` – transferência da carga tributária cobrada no Brasil para os produtos brasileiros vendidos no exterior. Em sua avaliação, a atividade de produção de energia é viável e não precisa de mais encargos governamentais. Gerdau também defendeu a tributação sobre valor agregado para evitar a incidência dos impostos em várias fases da produção, ou seja, em cascata. O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional, deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR), disse que está preocupado com a possibilidade de falta de energia elétrica no futuro, o que poderia prejudicar a produção industrial no País. Na audiência, Sciarra apontou também a necessidade de retomar a discussão da reforma tributária para incentivar a produção industrial. As mudanças no sistema tributário também foram defendidas pelo deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS). O deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), por sua vez, ressaltou a importância de o Brasil investir em sistemas alternativos de energia, como a energia nuclear. Ele citou como exemplo os impactos positivos no setor produtivo provocados pelos investimentos realizados pela França em energia nuclear. Outra crítica do empresário Gerdau foi em relação à demora na emissão de licenças ambientais prévias para a construção de novas usinas. Nos últimos 10 anos, segundo ele, a emissão, que deveria demorar um ano, tem levado em média três anos. Gerdau ainda condenou os leilões de energia nova com mais participação de termoelétricas, uma energia ainda mais cara e poluente. Segundo ele, é preciso reafirmar a vocação hidroelétrica do País. `A energia é fator da cadeia produtiva de todos os produtos. Então cada país tem que utilizar os seus potenciais. Quando um país tem carvão para a siderurgia ele leva vantagem sobre o Brasil que tem minério. A Austrália tem os dois. A China só tem carvão. Então, se o País não utiliza suas vocações naturais, é querer plantar banana na Argentina. Não dá.`, acrescentou o empresário. Para Gerdau, o País precisaria crescer em torno de 7% ao ano. Ele avaliou que um crescimento de 5,5% é insuficiente – ainda que as previsões sejam de crescimento de pouco mais de 4% -, pois só vai conseguir igualar a relação entre oferta e procura. O empresário também afirmou que o Governo Lula conduz a área econômica de forma séria. kicker: Gerdau condenou os leilões de energia nova com mais participação de termoelétricas; `uma energia mais cara e poluente`, disse
Gazeta Mercantil