Geotecnia e hidrogeologia são destaques no 15º Congresso Brasileiro de Mineração
25/09/13
O 15º Congresso Brasileiro de Mineração ofereceu, nesta terça-feira, um painel sobre hidrogeologia e geotecnia, com ênfase na gestão e aplicação no setor de mineração. A palestra foi ministrada pelo geólogo Paulo Abrão, Kleber Terra, diretor de operações da Samarco Mineração, e pelo sul-africano Oskar Steffen, da SRK Consulting.
Antes do início da palestra, o porta-voz do;IBRAM dedicou alguns minutos para falar sobre João Henrique Grossi Sad, cujo nome nome batizou o auditório onde o evento foi realizado. Um funcionário da Geosol, empresa que Sad trabalhava, recebeu uma placa em nome do homenageado, da família e da companhia.
A mesa de discussão foi aberta por Terra, que falou sobre a licença social para operar, sobre o uso de água em processos minerais e a necessidade de diminuir a captação por novas águas e citou a questão do aumento de eficiência do corpo mineral lavrado.
A primeira palestra foi de Steffen, que relacionou a geotecnia e a mineração, analisando-as por meio de perspectivas isoladas. O sul-africano começou citando os principais problemas geológicos que dificultam a viabilidade de projetos no setor de mineração e explicou as análises que devem ser feitas.
Steffen descreveu como deve ser definida a executabilidade de um plano, por meio de estratégias, no que diz respeito a problemas de longo prazo, e logística, sob a perspectiva de problemas operacionais. O palestrante falou sobre os riscos aceitáveis, colocando em primeiro plano a segurança. Citou, também, a questão financeira e a licença social para mineração.
O sul-africano abordou sobre as margens competitivas, utilizando de exemplo o desenvolvimento de tecnologia, e expôs o chamado level of geological knowledge and confidence therein (nível de conhecimento geológico e de confiança), explicado no âmbito da mineração.
?Nos níveis de confiança na mineração, temos os recursos, que podem ser inferidos, indicados e medidos, e as reservas, que podem ser possíveis, prováveis e provadas?, explicou Steffen. O palestrante explicou as condições necessárias para determinar quando uma reserva de minério possui potencial para uma longa extração.
?A qualificação da reserva vai depender da geometria física do plano e espaço necessário para se operar. Em projetos de mineração, é preciso estar atento à falha de equipamentos, condições de variação do teor de determinado mineral, entre outros?, disse o sul-africano.
Steffen fechou sua apresentação falando sobre a quantidade de dados necessários para um diagnóstico dos níveis de confiança necessários para a análise das amostras retiradas em sondagens.
?Geologia e geotecnia representam a janela da mineração para a sociedade?, foi assim que Abrão deu início à sua palestra sobre ?O papel da geotecnia e hidrogeologia na agregação do valor do negócio na mineração: uma visão global?.
O geólogo sobre a aplicação da geotecnia na mineração, utilizando como exemplos ruptura catastrófica de taludes da mina, ruptura de barragem, colapso de mina subterrânea, contaminação de corpos d?água, entre outros.
?A geotecnia é formada pela geologia, dividida entre geologia de engenharia, mecânica das rochas e mecânica dos solos, e pela hidrogeologia, questão da água subterrânea?, afirmou Abrão.
O palestrante mencionou a importância da geotecnia na mineração em projeto de estradas, sob o ponto de vista de redução de custos, nos taludes das minas, nas barragens de rejeitos, nas fundações, época de implantação dos empreendimentos, obras de terraplenagem, aberturas subterrâneas, pilhas de estéril.
Quanto à aplicação da hidrogeologia na mineração, Abrão exemplificou com o suprimento de água em regiões áridas e semi-áridas, com formas de desaguamento utilizadas, como em poços profundos, galerias de drenagem, valas e drenos DHP e com o impacto nas operações da mineração, por exemplo em transporte de contaminantes, pressões elevadas em aberturas subterrâneas, efeito danoso em obras por saturação dos terrenos, efeito danoso no desmonte de rochas, aumento do peso dos materiais a serem transportados, desgaste dos equipamentos de transporte.
?Nós temos dois tipos de método de drenagem das minas. Os ativos, que são procedimentos antes da lavra, e ocorrem em poços profundos, galerias e drenos radiais, e os passivos, após a lavra, exemplificados em valas drenantes e drenos horizontais profundos?, explicou o geólogo.
Paulo Abrão fechou sua palestra falando sobre a história da hidrogeologia e ilustrando sua apresentação com alguns exemplos da aplicação da geotecnia em projetos de mineração pelo mundo.
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