GAZETA: Lobão crê em acordo entre o país e Petrobras
07/10/08
BRASÍLIA, 7 de outubro de 2008 – O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, saiu em defesa dos interesses da Petrobras no Equador, ao avaliar declarações do presidente andino, Rafael Correa, no final de semana, segundo as quais a permanência da empresa brasileira naquele país corre riscos caso não colabore com a revisão das regras locais sobre remuneração de petróleo. Correa pretende retirar dos atuais contratos de concessão o caráter de propriedade assegurado às empresas que lá atuam e remunerá-las apenas pelos serviços relativos às atividades de exploração. “Não acredito que haja prejuízo à Petrobras”, avaliou o ministro, ao defender o encaminhamento diplomático da discussão entre os dois países, como já ocorreu recentemente no conflito entre aquele governo e a empreiteira baiana Odebrecht. “A Petrobras está tendo assistência plena do Itamaraty”, disse o ministro. A Odebrecht foi acusada pelo governo do Equador de dar prejuízos àquele país, por falhas na construção de uma hidrelétrica. Correa chegou a impedir a saída de diretores brasileiros da construtora do país, mas a intervenção diplomática brasileira abriu processo de negociação de um acordo para corrigir o problema na usina. Linhas de crédito Lobão também assegurou que não faltarão linhas crédito para financiar as atividades do setor elétrico, já que isso poderá colocar em risco o fornecimento de energia ao mercado. Essa hipótese foi descartada pelo ministro, por implicar no comprometimento do aumento das atividades econômicas. O temor do mercado é que a crise financeira internacional dificulte o acesso ao crédito para investimento em grandes projetos, especialmente os de capital intensivo e bens de capital, normalmente voltados à implantação e expansão da infra-estrutura. O ministro anunciou a abertura, ontem, em Brasília, de um encontro internacional sobre a pequena atividade mineradora, para discussão de ações que assegurem princípios de sustentabilidade e de conservação ambiental semelhantes aos já adotados pelas grandes empresas do setor. O evento reúne cerca de 150 países. Lobão ressaltou a importância desse segmento, ao lembrar que atividades como extração de areia e de cascalho representam cerca de 70% da mineração brasileira. (Márcio de Morais – Gazeta Mercantil)
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