24/04/09

Celso MartinsRepórterA pequena localidade de Córrego São José, em Itabira, a 137 quilômetros de Belo Horizonte, pode se tornar a ?serra pelada? mineira. A busca por esmeraldas levou em três dias quase mil pessoas, entre garimpeiros e desempregados de Itabira, João Monlevade e Nova Era, e até de outros estados. O Sindicato Nacional dos Garimpeiros estima em R$ 500 mil o faturamento diário com a venda das pedras. O clima está fincando tenso no local. Autoridades de Nova Era e Itabira pediram apoio da Polícia Federal para controlar a entrada de novos exploradores no local. Ontem à tarde, um grupo de agentes chegou a Nova Era para tomar as primeiras providências. As Polícias Civil e Militar tiveram que reforçar o policiamento no local para evitar confronto entre os garimpeiros profissionais e os desempregados. O terreno de onde estão sendo retiradas as esmeraldas pertencia à Rocha Mineração que teve suas atividades paralisadas há dois anos. A empresa Canaã Mineração estuda entrar na Justiça com pedido de reintegração de posse, alegando ter o direito de exploração no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Há risco de desabamento de barrancos. O lavrador Pedro de Oliveira Bragança, 43 anos, morador do Córrego São José, disse que só ontem passaram pela estrada de acesso ao garimpo cerca de cem carros e até um ônibus lotado. ?Tem muita gente dentro dos buracos que a polícia não tem como contar. Elas ficam o dia todo cavando e só saem de noite?.A Polícia de Meio Ambiente esteve no local ontem para uma vistoria. O tenente Gilson Moreira, comandante do pelotão de Itabira, informou que vai enviar um relatório para o Ministério Público em Itabira alertando sobre o risco de danos ambientais. Ele confirmou que a cada dia aumenta o número de pessoas. Somente ontem, cerca de 200 foram contadas pela PM. O número total ele disse que não tem como precisar.O Sindicato Nacional dos Garimpeiros acredita que até domingo deve chegar a 15 mil o número de pessoas no local. ?Ninguém será proibido de entrar no terreno com uma picareta ou pá para retirar as pedra do meio da lama?, afirmou o delegado do Sindicato Nacional dos Garimpeiros, Heron Marques Maciel.?Não ocorreu invasão. Os trabalhadores ocuparam uma mina que estava abandonada?, declarou o vereador de Nova Era, Sivaldo Pereira do Nascimento (PL), que também é garimpeiro, conhecido por ?Bolinha?. Segundo o vereador, as pessoas que não dominam a técnica de retirar esmeralda do meio da lama conseguem R$ 200 por dia. ?Estou dando apoio aos trabalhadores. Parece um monte de formiguinha?, disse.

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