Fosfertil mantém ritmo acelerado de investimentos e encerra 2008 com bons lucros
19/03/09
Fonte: Fosfertil Website Mercado
O mercado mundial de fertilizantes funciona como outros mercados de commodities, flutuando conforme a relação entre oferta e demanda. No Brasil, cerca de 70% da demanda por fertilizantes (NPK ? nitrogênio, fósforo e potássio) em 2008 foi atendida por produtos importados, o que caracteriza o mercado nacional como tomador de preço. Devido a este perfil comercial e condições de oferta, as cotações praticadas no Brasil seguem o mercado mundial. De modo global, os nove primeiros meses de 2008 foram marcados pelo aumento dos preços internacionais dos fertilizantes. Esse movimento ocorreu no momento em que a demanda mundial por alimentos cresceu consideravelmente, havendo também grande procura por grãos para produção de biocombustíveis.
Outros fatores contribuíram para esse quadro: as elevações das alíquotas de exportação em importantes países produtores de fertilizantes, como China e Rússia; a redução da oferta em países produtores por problemas operacionais e ambientais; o aumento dos subsídios para compra de fertilizantes (na Índia e na China) e o grande crescimento de demanda por biocombustíveis nos EUA neste período. Já ao final de 2008, os preços de fertilizantes apontaram reduções em decorrência da crise financeira mundial e dos temores de uma recessão da economia. Com o agravamento da situação econômica e uma desaceleração da demanda, esses meses foram marcados por um decréscimo e acomodação nos preços.
Contrariando a tendência dos últimos anos, não houve em 2008 crescimento no consumo final de fertilizantes no Brasil. Segundo dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), ocorreu no ano uma queda de 8,9% na entrega de produtos ao consumidor final, devido especialmente à retração nas vendas no último trimestre. Essa redução observada em 2008 deve ser considerada conjuntural, ou seja, mantém a necessidade do país ampliar a oferta interna de insumos para fertilizantes. A continuidade do crescimento da produtividade agrícola, necessária para manter a posição do Brasil como grande fornecedor mundial de alimentos, depende da utilização intensiva de fertilizantes, cujas matérias-primas são hoje disputadas por diferentes países.
Fosfertil
Os resultados da Fosfertil em 2008 refletiram o acompanhamento dos preços internacionais dos fertilizantes, derivados da forte valorização do petróleo e das commodities. Como o Brasil importa parte representativa desses insumos, suas cotações são determinadas pelo mercado internacional. Maior fornecedora brasileira de matérias-primas para fertilizantes, a companhia registrou em 2008 um faturamento bruto de R$ 3,7 bilhões, 39% superior ao apurado no ano anterior (R$ 2,7 bilhões). O lucro líquido consolidado foi de R$ 773 milhões, 74% acima do valor de 2007 (R$ 444 milhões), pela captura dos acréscimos dos preços dos produtos, somado às reduções de custos e melhorias de processo e tecnológicas obtidas no exercício.
O EBITDA foi de R$ 1,5 bilhão, praticamente o dobro do valor do ano anterior (R$ 730 milhões) e correspondente a 42,5% sobre a receita líquida. Em 2008, as ações preferenciais da Fosfertil estiveram em negociação em todos os pregões da Bovespa, alcançando a média diária de 309 negócios realizados e 260 mil ações preferenciais negociadas, apresentando um crescimento comparativo ao ano de 2007, respectivamente, de 443% no número de negócios e de 214% em número de ações negociadas. O desempenho acumulado das ações preferencias da Fosfertil foi 9% superior ao IBOVESPA durante o ano de 2008.
Passado o impacto inicial da crise financeira, a Fosfertil acredita que o agronegócio brasileiro manterá sua trajetória de crescimento. Por isso, mantém o desenvolvimento e execução de seus projetos de expansão industrial e de abertura de novas áreas de mineração. Investir em ampliação é o caminho para o Brasil reduzir a dependência do abastecimento de fontes internacionais de matérias-primas para fertilizantes, pois hoje o consumo dos principais nutrientes (NPK ? nitrogênio, fósforo e potássio) é suprido em cerca de 70% por importações.
ProduçãoA produção total da Fosfertil, cuja atividade é voltada para suprir a demanda de matérias-primas nitrogenadas e fosfatadas para fertilizantes, atingiu em 2008 11,3 milhões de toneladas de produtos, com uma redução de 7% em relação a 2007. Os volumes menores de produção, quando comparados ao ano anterior, deveram-se a paradas técnicas para modernização nas unidades de Araucária (PR), Uberaba (MG) e Catalão (GO), além de uma greve no complexo paranaense. Ainda assim, foram registrados recordes de produção total de rocha, em Tapira (MG); de rocha remoída, em Patos de Minas (MG); e de amônia, em Piaçaguera (SP).
VendasAs vendas da Fosfertil foram impactadas pela queda registrada pelo mercado brasileiro de fertilizantes, principalmente nos três últimos meses do ano. Foram comercializadas pela companhia 2,8 milhões de toneladas (-24,1% em relação a 2007), dos quais 1.194 mil toneladas de fertilizantes fosfatados de alta concentração, 560 mil de fertilizantes fosfatados de baixa concentração e 474 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados. No segmento químico, onde a empresa é importante fornecedora de produtos como o Ultraprill® (nitrato de amônio de baixa densidade, utilizado na produção de explosivos para a construção civil e mineração), além de ácidos, oxidantes, produtos orgânicos e outros, as vendas apresentaram expansão, atingindo 613 mil toneladas. O Terminal Marítimo de Santos (SP), voltado para o recebimento de matérias-primas para uso próprio e de clientes, também sofreu o impacto da redução do mercado e apresentou uma queda de 10% na movimentação de cargas ante 2007, com um total de 2,2 milhões de toneladas.
InvestimentosMesmo diante das novas condições econômicas e cenários previstos para 2009, a Fosfertil acredita estar em posição segura para manter os investimentos necessários para suportar seu crescimento e aproveitar as oportunidades de participação no crescente mercado agrícola. Para tanto, investe também no aprimoramento de pessoas. Em 2008 a Fosfertil realizou 94,4 mil horas de treinamento (77% a mais do que em 2007), com um investimento global de R$ 1,7 milhão. Adicionalmente aos treinamentos presenciais foram implantados cursos on-line e disponibilizadas várias opções para o autodesenvolvimento dos empregados, com o objetivo de manter equipes continuamente preparadas para assumir os novos desafios que os planos de expansão oferecem.
O Projeto Salitre, principal plano de investimento da empresa, quando completamente implantado envolverá a abertura de um complexo de mineração de rocha fosfática na região da cidade de Patrocínio (MG) e a construção de um novo complexo químico. Esse projeto teve sua fase inicial anunciada em 2008 e a conclusão dos estudos deverá ocorrer em meados de 2009, quando então será submetido à aprovação do Conselho de Administração.O investimento previsto é da ordem de R$ 2 bilhões, e tem como objetivo ampliar a oferta de fósforo ao mercado nacional. A nova mina de rocha fosfática, quando em atividade, terá capacidade para produzir 2 milhões de toneladas por ano, e a unidade industrial será voltada à produção de fosfatados de alta concentração: ácido sulfúrico, ácido fosfórico e fertilizantes MAP, DAP e TSP.
Somado aos investimentos em curso, esse projeto irá praticamente dobrar a capacidade de produção, ampliando a oferta brasileira de rocha fosfática em 34% e de ácido fosfórico em 60%. Quando estiver em operação o projeto de expansão, a Fosfertil poderá substituir por produção nacional cerca de 15% da participação dos importados no segmento de fosfatados. Em Uberaba (MG) está em andamento o projeto para aumento da produção de fosfatados, envolvendo R$ 462 milhões, a serem aplicados até 2010. Com esse investimento, será aumentada em 27% a fabricação de produtos fosfatados de alta concentração, utilizados na formulação de fertilizantes. O projeto envolve um acréscimo de 230 mil t/ano na capacidade de produção de ácido fosfórico e de 481 mil t/ano de ácido sulfúrico. O investimento permitirá ainda a geração de 5,3 MW de energia elétrica no complexo, levando à autossuficiência do empreendimento. Prosseguem também os investimentos para modernização tecnológica e melhorias ambientais nos complexos industriais da Baixada Santista (SP) e Araucária (PR).
PerspectivasMesmo com a crise mundial, a falta de recursos para o financiamento dos agricultores e as novas estimativas de reduções da previsão da safra 2008/2009, o mercado de fertilizantes no Brasil teve um bom início de ano e mostra uma melhora nas perspectivas para 2009. As projeções e entregas do primeiro trimestre de 2009, acima das expectativas e em ritmo bastante forte, estão proporcionando considerável redução nos estoques existentes ao final de 2008 e também menores do que em igual período de 2008. Com os preços de fertilizantes estabilizados em patamares mais baixos, os agricultores começam a retomar a compra de insumos. A demanda vem sendo puxada pelo milho safrinha e pelo trigo, as principais culturas de inverno. Também há antecipação de compras para o plantio de soja da próxima safra, pois a recuperação de rentabilidade do produtor impulsionou a fixação de preços para exportação.
Assim, o agronegócio brasileiro dá mais uma vez sinais de recuperação, mostrando uma capacidade competitiva que o coloca em posição de destaque no cenário mundial. Porém, existem ainda fatores críticos que reduzem esse potencial de crescimento e que devem necessariamente fazer parte da agenda do país para os próximos anos. O principal é o da disponibilidade de crédito, que se fez sentir com maior intensidade no final de 2008, devido à situação financeira internacional. Aumentar a oferta de crédito para o produtor, com condições acessíveis e que atendam às necessidades específicas do setor, é fator essencial para manter o dinamismo da atividade.
O mesmo vale para o acesso ao seguro rural. A rentabilidade da atividade agrícola depende das condições climáticas e das cotações dos produtos no mercado internacional, que nem sempre são as mesmas nos momentos do plantio e da safra. O produtor precisa ter confiança para desempenhar sua atividade, com garantia de preço e renda. Garantir o preço mínimo na colheita da próxima safra é uma forma de evitar comprometimento financeiro do agricultor numa eventual tendência de queda de preços.
Outra questão crucial é a da infraestrutura. Para que o agronegócio avance, o país precisa desobstruir seus gargalos logísticos, investindo em geração de energia e em transportes: rodovias mais modernas e seguras, malha ferroviária maior e funcional, portos com serviços mais ágeis e de fácil acesso, entre outros itens. No caso específico do setor de fertilizantes, vem sendo pleiteada há anos uma reforma fiscal que possa trazer a isonomia tributária entre o produto importado e o nacional.
O produto que vem do exterior tem tarifa zero e não paga ICMS, ao contrário do nacional, onerado em operações interestaduais com alíquotas que chegam a 8,4%. A Fosfertil, como tradicional fornecedora de insumos para fertilizantes, está empenhada em tornar o País menos vulnerável da dependência externa de fertilizantes e busca, com seus investimentos, garantir a segurança necessária ao suprimento de matérias-primas. Com isso, espera contribuir para reduzir as importações e gerar empregos para os brasileiros, compromissos históricos de um setor marcado pelo comprometimento da indústria com o desenvolvimento do país.
Brasil Infomine / Fosfertil