Fornecedores fazem investimentos para atender a demanda
30/10/06
Investimentos em alta realizados pelas mineradoras nos últimos anos estão incentivando empresas do setor de equipamentos para mineração a colocarem em prática seus projetos de expansão e até mesmo a entrarem em novos segmentos. Nos últimos cinco anos, os aportes em prospecção e exploração mineral dobraram no Brasil. Este ano, o investimento deve atingir R$ 600 milhões, 20% acima da estimativa inicial do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), segundo o diretor presidente da entidade, Paulo Camillo Penna.
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A australiana Orica, fabricante de explosivos, investirá US$ 10 milhões no país nos próximos dois anos para aumentar a produtividade das suas três fábricas, em Lorena (SP), Itatiaiusul (MG) e Bela Vista de Goiânia (GO). A modernização deve incrementar a produção de explosivos em até 50%, segundo Fábio Prati, gerente geral da Orica. Em 2004, a empresa comprou a norueguesa Dyno Nobel, que tinha duas fábricas no Brasil.
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A frota de caminhões também receberá reforço para atender as mineradoras, passando de 45 para 51 veículos até o fim do ano que vem. “De todos os setores que atendemos, incluindo pedreiras e construção civil, a mineração é o que mais cresce”, diz Prati. Segundo ele, o setor mineral representa hoje 45% dos negócios, número significativo quando comparado aos 15% de quatro anos atrás.
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A fabricante de correias transportadoras Correias Mercúrio, de Jundiaí (SP), também observou um aumento da mineração em seu portfólio de negócios. Desde 2000, as vendas para esse setor cresceram 80%, o que está incentivando a empresa a entrar no ramo de correias com alma de aço, produto mais resistente e com maior capacidade de transporte de carga. Hoje, a multinacional Goodyear é a principal fabricante deste produto, que representa 25% do mercado de correias no Brasil.
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Segundo Cláudio Alberto Antonello, diretor de mercado da Mercúrio, foram investidos US$ 7 milhões no projeto nos últimos dois anos. As vendas de correias com alma de aço serão iniciadas em janeiro de 2007 e deverão representar 20% dos negócios da companhia em poucos anos.
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A alemã Man Takraf, que desenvolve equipamentos para transporte de materiais no Brasil há cinco anos, também está ampliando sua atuação. Em três meses, a empresa vai inaugurar uma unidade de serviço e manutenção em Belo Horizonte com 60 funcionários. O presidente da empresa, Klaus Rozanski, diz que a unidade também fará a montagem para projetos de pequeno porte.
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Para ampliar sua capacidade, a Semco está destinando para o setor uma fábrica que construiu em Itatiba (SP) para exportação há dois anos. Tradicional fabricante de equipamentos para refrigeração, a empresa destina agitadores e misturadores para o setor de mineração. Desde julho, a unidade está operando com dois turnos de produção, segundo João Barreto, diretor comercial. A empresa tem ainda outras unidades em Itatiba e em Comendador Levy Gasparian (RJ).
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Para os próximos anos, a perspectiva para o setor também é positiva. Incluindo os gastos com infra-estrutura e compra de equipamentos – que representam de 30% a 40% das obras – o país receberá US$ 20 bilhões até 2010, de acordo com a entidade dos fabricantes de máquinas, a Abimaq. “A demanda por metais continuará aquecida nos próximos dois a três anos e as mineradoras vão aproveitar este momento”, diz o sócio da PricewaterhouseCoopers, Ronaldo Valiño.
Valor Econômico