Ferro pode ser o próximo combustível dos automóveis
16/12/15
“Usar pós metálicos como combustíveis recicláveis que armazenam energia primária limpa para uso posterior é uma solução alternativa muito promissora”, diz o professor Jeffrey Bergthorson, da Universidade McGill, em Montreal. Ele é autor principal do artigo ?Direct combustion of recyclable metal fuels for zero-carbon heat and power?, publicado na edição de dezembro da revista científica Applied Energy.
A ideia é substituir os atuais motores de combustão interna dos carros por motores de combustão externa, que usam calor de uma fonte externa para alimentar um motor. O conceito de combustão externa não é estranho: os motores a vapor, as usinas nucleares e todas as termoelétricas partem desse princípio.
Estudos para a produção de energia a partir da queima de pós metálicos também não é nova. Fogos de artifício e os foguetes de combustível sólido que levam satélites ao espaço são exemplos do uso dessa tecnologia. Contudo, o propósito da equipe é usar metais em pó como combustível reciclável para automóveis.
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?Tecnologias limpas para gerar eletricidade, principalmente solar e eólica, avançam rapidamente, mas não podem ser usadas para todas as coisas em que o petróleo e o gás são usados hoje, como transporte e no comércio global de energia?, diz Bergthorson.
Quando queimam, os pós metálicos reagem com o ar para formar óxidos sólidos estáveis e não-tóxicos, que poderiam ser recolhidos e “recarregados”, bem diferente dos motores a combustão interna atuais que emitem CO2 e outros gases que escapam para a atmosfera.
A equipe demonstrou que, usando um queimador apropriado, a chama produzida pelos pós metálicos pode ser controlada e estabilizada usando um fluxo contínuo de partículas em suspensão no ar. Assim, a queima dos metais em pó não parece diferente de um queimador a gás, por exemplo.
“As densidades de energia e potência dos motores de calor alimentados por metais que estão sendo propostos devem se aproximar dos motores de combustão interna alimentados por combustíveis fósseis atuais, tornando a tecnologia atraente para uma futura sociedade de baixo carbono”, diz o artigo.
Eles recomendam apostar no ferro em pó como combustível porque é um elemento barato, abundante e que já possui toda uma indústria em funcionamento, além de ser facilmente reciclável por tecnologias simples, ainda que não totalmente livres da emissão de dióxido de carbono.
O próximo passo para transformar os resultados de laboratório em tecnologia utilizável será “construir um protótipo de queimador e acoplá-lo a um motor de calor. O desenvolvimento de processos de reciclagem de metais que não envolvam emissões de CO2 também é crítico”, diz Bergthorson.
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