Falta de mão-de-obra qualificada ameaça o crescimento da mineração
08/03/08
Além da tributação brasileira, outro fator que também ameaça o setor mineral é a carência de mão-de-obra qualificada. Como conseqüência do cenário favorável que vive o setor está a imensa oferta de empregos. Porém, pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demonstra que a mineração apresentou, em 2007, uma carência estimada de mão-de-obra qualificada de quase 117 mil pessoas. `Vivemos um momento em que a mineração enfrenta o problema da falta de capacitação do trabalhador e da falta de mão-de-obra qualificada. Os profissionais mais experientes estão se aposentando e a carência de novos trabalhadores é grande`, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Penna.
Só a Vale, uma das associadas ao Ibram, deverá criar no Pará um número estimado de 35.375 novas vagas, entre 2008 e 2012. Atualmente, 32.691 pessoas trabalham para a mineradora na região. Para atingir a meta está sendo executado um plano de investimento profissional que consiste na qualificação de mão-de-obra dos níveis técnico, operacional e superior. Nesse sentido, a empresa ofereceu 300 vagas do Programa de Especialização Profissional 2008 para pessoas formadas nos últimos três anos em Engenharia e Geologia, no Pará, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo. Os selecionados receberão bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 3 mil.
Para os níveis técnico e operacional serão disponibilizadas 2 mil vagas com bolsa-auxílio de R$ 1,2 mil e R$ 800, respectivamente. `O aumento dos postos de trabalho é reflexo do crescimento da indústria da mineração e da demanda do mercado externo, especialmente da Ásia. A perspectiva é de um aumento significativo para os próximos cinco anos`, afirma João Menezes, Gerente Geral de Recursos Humanos da Vale.
Congresso
A indústria da mineração, representada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), já apresentou à Presidência da Câmara dos Deputados uma pauta de assuntos que são considerados empecilhos da legislação brasileira e que reduzem os investimentos no setor mineral. Dentre eles, a demora na concessão de licenças ambientais, sobreposição de compensações ambientais e ausência de marcos regulatórios do Setor de Agregados para a Construção Civil e para a Criação de Unidades de Conservação (UC). Além disso, o congresso, a pedido do setor, instalou uma comissão especial para discutir o PL 1.610/96 que trata da mineração em terras indígenas.
De acordo com o Ibram, a Amazônia é a última e maior região terrestre com grande potencial mineral no planeta e há estudos que indicam que o Pará, por exemplo, deverá ultrapassar Minas Gerais como maior produtor de minerais do Brasil. A maior parte das terras indígenas já demarcadas ou em processo de demarcação situa-se na região. Daí, portanto, a necessidade de se regulamentar essa matéria.
O Liberal – PA