Exportações paraenses de minério de ferro crescem quase 32% nos primeiros dois meses do ano
19/03/09
A crise financeira internacional não afetou as exportações paraenses de minério de ferro neste início de ano. Ao contrário, as vendas dessa commodity mineral para o exterior registraram nos dois primeiros meses de 2009 um aumento de 31,68%, chegando a US$ 583 milhões. Isso ajudou a reduzir o impacto negativo dos demais produtos minerais exportados pelo Pará, que tiveram queda no valor exportado. É o que mostra o desempenho do comércio exterior paraense, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa)As exportações dos produtos minerais tiveram queda de 10,97%, bem menor que a redução de 49,80% registrada entre os produtos tradicionais paraenses. Graças ao minério de ferro, os produtos minerais tiveram aumentada sua participação na pauta do Pará de 80,85% em janeiro e fevereiro de 2008, para 85,71% nos mesmos meses deste ano. Só as exportações de ferro responderam por 49,06% das vendas paraenses para o exterior em janeiro e fevereiro de 2009.O incremento nas vendas de minério de ferro para o exterior ajudou a reduzir o impacto negativo da crise na pauta paraense. Em janeiro, as exportações do Pará haviam registrado uma queda de 26,25%, Em janeiro e fevereiro, a queda foi de 16,01%. Nesses dois primeiros meses do ano o Estado vendeu US$ 1,209 bilhão, ante US$ 1,440 bilhão no mesmo período do ano passado. O seu saldo comercial chegou a US$ 1,036 bilhão, queda de 20,60% na comparação com o mesmo período de 2008. Nos dois primeiros meses do ano, o Estado do Pará foi o 6º maior exportador do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná. Mas o seu saldo ? diferença entre exportações e exportações ? foi o segundo maior do país, atrás somente de Minas Gerais.Importações crescemAo contrário das exportações, as importações paraenses continuam apresentando bom desempenho. No comparativo bimensal dos anos 2008 e 2009, importações aumentaram 28,12%, enquanto as compras brasileiras no exterior caiam 25,42%. O gerente do CIN, Raul Tavares, ressalta que o bom resultado das importações paraenses pode influenciar, indiretamente, para dar novo fôlego às exportações. ?A lógica é de redução do custo das exportações. Estamos recebendo navios que vem cheios de produtos internacionais, quando retornam, tem a opção de irem vazios ou com os produtos paraenses. Isto, para o exportador, é melhor do que contratar um navio de fora, que virá vazio e fará o serviço só para levar os produtos daqui?, explica Raul Tavares.Principais resultadosDos nove produtos minerais que constam da pauta paraense de exportações, apenas o minério de ferro teve crescimento nesses primeiros meses do ano. Apesar de uma queda de 21,47% no volume exportado, o preço médio do ferro paraense vendido para exterior teve uma variação positiva de 67,68%, o que possibilitou um aumento de quase 32% no valor exportado.Já as exportações e minério de cobre caíram 76,31%, de US$ 66 milhões em janeiro e fevereiro de 2008, para apenas US$ 15,7 milhões no mesmo período deste ano. O preço médio do sobre caiu de US$ 1.748,40 nos dois primeiros meses do ano passado, para US$ 712,65 este ano, uma variação negativa de 59,24%. A bauxita (-63,84%) e o manganês (-63,08%) também tiveram quedas expressivas.O coordenador do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) na Amazônia, André Reis, destaca que esse resultado divulgado pelo CIN reafirma a qualidade do minério de ferro produzido pela Vale em Carajás. Isso representa um custo vantajoso de produção, tanto para quem produz como para os compradores, diz ele.André Reis também ressalta o efeito China na exportação paraense de minério de ferro. De acordo com a balança comercial, os chineses compraram 25,32% dos produtos paraenses vendidos para o exterior – com destaque para o minério de ferro -, passando de US$ 167 milhões em janeiro e fevereiro de 2008, para US$ 306 milhões em 2009, um aumento de 82,90%. A China é hoje o principal destino dos produtos paraenses, seguida por Japão e Estados Unidos.TradicionaisA balança comercial de janeiro e fevereiro divulgada pelo CIN reforça a tendência de queda da participação da madeira na pauta paraense, de 9,72% ano passado (US$ 140 milhões), para 4,55% este ano (US$ 55 milhões), uma redução de 60,70% no valor exportado. A madeira ainda é o quarto produto na pauta geral de exportações do Estado. Enquanto a participação dos produtos minerais na pauta cresceu de 80,85% para 85,71% entre os dois bimestre comparados, a dos produtos tradicionais caiu de 14,41% para 8,62%.A maior queda entre os tradicionais ocorreu com as vendas de castanha-do-pará (-77,94%), vindo em seguida couros e peles (-61,57%) e a madeira (-60,70%). Já as vendas de sucos de frutas obtiveram o melhor desempenho, com aumento de quase 250%, vindo em seguida camarões congelados, com 116%. Entre os não tradicionais, as exportações de bovinos vivos caíram 17,67% e as de soja, 91,
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