04/09/09

As empresas goianas sentiram no bolso os reflexos da baixa cotação do dólar e da queda na cotação de várias comodities sobre suas exportações este ano.
Mesmo com um crescimento de 28% no peso líquido dos produtos vendidos ao exterior de janeiro a agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 2008, as exportações goianas acumulam queda de 15,8% em valores. Mas a expectativa da Secretaria de Indústria e Comércio do Estado (SIC) ainda é fechar o ano com US$ 4 bilhões exportados, empatando com o desempenho registrado no ano passado.
A estimativa é baseada numa reação das vendas externas em agosto, que registraram crescimento de 16,6% sobre julho, por causa da redução dos reflexos da crise financeira em países europeus e asiáticos. Com vendas de US$ 381,9 milhões, agosto foi o segundo melhor mês do ano em exportações.
?As empresas goianas anunciam que manterão um bom ritmo de produção nos próximos meses, como as do setor mineral?, explicou o secretário de Indústria e Comércio, Luiz Medeiros.
O secretário acredita que, se a cotação do dólar estivesse mais alta, os valores exportados nos oito primeiros meses do ano poderiam ser semelhantes aos do mesmo período de 2008.
As exportações brasileiras também acumulam queda de 25% este ano, demonstrando que o resultado goiano ainda foi melhor.
Em relação a agosto do ano passado, a queda nas exportações goianas chega a 23%. O saldo comercial (diferença entre exportações e importações) teve redução de 32%.
ProdutosEm agosto, a soja continuou sendo o produto mais exportado por Goiás, com 46,19% de participação, seguida pelas carnes, com 17,7% do total.
Para os próximos meses, segundo Luiz Medeiros, com o fim da safra de soja, a expectativa é de crescimento nas exportações de carne, que deve assumir a liderança por causa da reação da economia européia aos efeitos da crise financeira e do crescimento das vendas para países como a China e Rússia.
Além da China, os países que mais importaram produtos goianos em agosto foram a Espanha e os Países Baixos. As exportações de minérios também voltaram a crescer em agosto, com destaque para os minérios de cobre, ferroligas e ouro. Outro destaque foi o açúcar, que vive um período de bons preços no mercado internacional.
Apesar do dólar em queda, as importações goianas também tiveram redução de 19% sobre agosto de 2008 e acumulam o mesmo índice de queda nos oito primeiros meses do ano, período em que muitas empresas reduziram a velocidade de produção também por conta da crise. Os produtos mais importados foram automóveis, tratores, adubos e produtos farmacêuticos.

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