Exportação em alta
13/07/09
;
A balança comercial paraense voltou a apresentar crescimento em junho e a superar os resultados negativos de maio provocados pela crise financeira mundial. Conforme os dados divulgados ontem pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Pará deteve um saldo positivo de US$ 737 milhões na balança – o que representa um crescimento de 53,63% ante ao mês anterior. Segundo avaliam os economistas, os números indicam uma tendência de reabilitação das vendas do Pará ao exterior. Contudo, a economia paraense está longe de se estabilizar.
Para Luis Pinto, membro do Conselho Regional de Economia do Pará (Corecon-PA), a expectativa pelo crescimento é grande, porém será difícil a recuperação de alguns setores que tiveram quedas consideráveis na pauta de exportações, levando em consideração os números do ano passado. O Pará está tentando, mas ainda não encontrou o caminho. Alguns problemas precisam ser mais bem avaliados, como é o caso das alíquotas de impostos e das taxas de juros. É preciso reduzir esses dois fatores para tornar o produto mais competitivo no mercado. Além das preocupações internas, temos ainda o dólar recuando, que é um fator negativo às exportações, afirma.
O setor mineral é o principal responsável pela recuperação do Pará na balança comercial – e representa 85,90% das exportações, ou seja, é o segmento de maior peso da pauta exportadora do Estado. Conforme o comparativo dos dados de junho em relação a maio, os produtos minerais evoluíram 62,69%, fechando o período com mais de US$ 634 milhões. A retomada das vendas ao mercado chinês é a principal responsável pelo reaquecimento nas exportações. Conforme avalia o secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), Maurílio Monteiro, a China está recompondo seus estoques, o que favorece a venda de produtos paraenses como a alumina, alumínio, hematita e cobre. Monteiro afirma que o pior da crise já passou.
Mercado interno também dá sinais de que está melhorando
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo, o mercado interno, inclusive o doméstico, também dá sinais de que está melhorando. No Brasil os altos fornos das siderúrgicas já estão voltando a funcionar. Além disso, a economia dos outros países, principalmente a dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) também estão apresentando sinais de melhoras. Então não só na China, mas a Rússia, a Índia e a Coréia contribuem para a melhoria no setor, revela. Camillo diz acreditar que o atual momento é de volatilidade da economia, embora as exportações tenham deixado de cair.
Apesar de mostrar recuperação, o setor tradicional continua apresentando resultados negativos – no mês passado a retração foi de 2,71% se comparada a maio. No entanto a exportação de alguns produtos da pauta tradicional ganhou força em junho. Foi o caso do dendê, com alta de 23,68%.
Amazônia Jornal