Executivo da Samarco analisa, na EXPOSIBRAM, processo de retomada da produção da empresa
07/10/21
Companhia retoma atividades com 26% de sua capacidade e com importantes inovações na disposição do rejeito gerado.
Após o rompimento da barragem de Fundão (Mariana-MG), em 5 de novembro de 2015, a Samarco interrompeu suas atividades. Ao longo dos últimos anos, a empresa se preparou para retomar sua produção de minério de ferro de alto teor, o que ocorreu a partir de dezembro último. Para detalhar esse movimento, a EXPOSIBRAM 2021 convidou Sérgio Mileipe, gerente-geral de Operações da Samarco, para apresentar um panorama geral ao público do evento. Ele fez sua apresentação na EXPOSIBRAM, na manhã de quinta-feira, 7 de outubro.
De acordo com Mileipe, em paralelo às ações de reparação, a empresa iniciou o processo de retomada das operações. “Adotamos o mantra de aprender para evoluir e transformar. Aprender com os acontecimentos, evoluir na busca de mais conhecimento e transformar com ações concretas. Assim, conseguimos retomar nossa produção, em dezembro do ano passado. Atualmente, produzimos 8 milhões de toneladas/ano de concentrado de minério de ferro, ou 26% de nossa capacidade”, explicou. A empresa exporta 100% de sua produção. Seu principal produto é pelota, que representa aproximadamente 95% de sua produção.

Painel “A retomada da Samarco”
O gerente-geral de Operações da empresa informou que o aumento da produção será gradual, com foco em segurança das operações, de forma a atingir a plena carga – 30 milhões de toneladas/ano – em 2030. “Mas, antes disso, temos uma segunda fase, na qual pretendemos ampliar nossa produção para 60% da capacidade, algo em torno de 16 milhões a 17 milhões de toneladas. Mas, para isso, dependemos de novos licenciamentos”, analisa.
A Samarco foi fundada em 1977 e possui em sua estrutura toda a cadeia integrada, desde a mina na Unidade de Germano (em Mariana/MG), passando por um mineroduto com 400 km de extensão, até a Unidade de Ubu (Anchieta/ES), onde se localizam sua pelotização e o porto marítimo. A empresa possui capacidade de produção de 30 milhões toneladas/ano, sendo que o concentrado final possui cerca de 67% de ferro, ou seja, um minério de ferro de alto teor de pureza.
Mais segurança
Durante sua explanação, o executivo fez questão de enfatizar que essa retomada é realizada de forma mais sustentável e mais segura. “Estamos trabalhando para seguir fazendo jus ao voto de confiança que a sociedade nos deu, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da mineração”, esclareceu.
Para isso, Mileipe explicou como se dá o processo de tratamento e disposição do rejeito gerado. “Retomamos de uma forma diferente, a partir da adoção de novas tecnologias, com cava confinada e Sistema de Filtragem para disposição a seco. Dessa forma, 80% do que eliminamos no processo de extração e concentração de minério de ferro é um rejeito arenoso, que filtramos e empilhamos a seco. Para dar ainda mais estabilidade a ela, envolvemos toda a estrutura com um cinturão de estéril. Os outros 20% são rejeitos propriamente ditos, a lama. Essa é muito difícil de secar e filtrar. Por isso, conseguimos o licenciamento junto aos órgãos competentes para dispor este material em uma cava em terreno natural – que já possuímos. A cava possui uma estabilidade geotécnica muito grande, além de dispensar o uso de diques ou barragens, em conformidade com a Agência Nacional de Mineração”, destacou.

Sérgio Mileipe, gerente-geral de Operações da Samarco
O processo de filtragem é o responsável pela operação sem utilização de barragens. Além disso, a filtragem permite uma economia grande no consumo de água, por meio do seu reaproveitamento. Hoje, a Samarco recircula aproximadamente 90% da água que utiliza, já que o empilhamento também permite uma drenagem eficiente.
O executivo ainda acrescentou que a cava utilizada foi preparada para receber o rejeito. “Envolvemos novas tecnologias de forma a termos o máximo de segurança nesse processo. Buscamos o que há de mais moderno e inovador. Entendemos que sozinho se vai mais rápido, mas, juntos, vamos mais longe. É assim que estamos conduzindo essa retomada”, apontou.
Outra estrutura apresentada por Mileipe foi o Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI). “Nosso Sistema Integrado de Segurança, que inclui o Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), conta, atualmente, com mais de 1500 equipamentos envolvidos nessa atividade, como drones, estação robótica e satélites. Eles dão uma medida muito precisa da saúde das estruturas geotécnicas”, explicou. Mileipe informou ainda que todas as estruturas geotécnicas das unidades produtivas estão estáveis e são monitoradas 24 horas por dia, sete dias por semana.
A palestra do gerente-geral Sérgio Mileipe foi mediada pelo diretor de Relações com Associados e Municípios Mineradores · Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Alexandre Mello.
Em sua fala, ele fez questão de ressaltar a importância dessa retomada da Samarco para toda a sociedade. “Ganhamos todos nós, poder público, comunidades no entorno das operações da empresa, o meio ambiente, e claro, os empregados da empresa. São questões sociais, culturais, ambientais e econômicas muito importantes de serem destacadas”, afirmou.
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