Executiva da Alcan chefiará Anglo American
25/10/06
A Anglo American surgiu com uma surpresa tripla ontem ao anunciar sua nova executiva-chefe: será a primeira mulher a liderar uma grande mineradora no mundo e a primeira a comandar a conservadora empresa Sul-africana a ter nascido fora do país e a ter vindo de fora da empresa.
;
Cynthia Carroll, atual executiva-chefe do grupo de metais primários da A1can, a produtora de alumínio canadense listada nos Estados Unidos, assumirá o lugar de Tony Trahar em 1º de março. Acredita-se que conselho de administração da Anglo American, cujas ações são listadas em Londres, escolheu um candidato de fora para trazer sangue novo à empresa.
;
Corriam fortes especulações sobre quem sucederia Trahar desde abril, quando o executivo afirmou que iria aposentar-se antecipadamente. Especialistas acreditam que a Anglo tenha abordado vários executivos dos setores de metais e mineração para o cargo, incluindo Philippe Varin, da siderúrgica Corus.
;
Carroll é particularmente uma surpresa porque vem de uma empresa de alumínio, algo que a Anglo não produz. O presidente do conselho de administração da Anglo American, Mark Moody-Stuart, afirmou que Carroll possui forte histórico de trabalhos para melhorar o desempenho operacional, transformação de culturas, integração e obtenção de sinergias com ativos recém-adquiridos.
;
Carroll disse que era uma honra assumir o comando da Anglo American. “A Anglo American possui uma coleção única de ativos, de pessoas capacitadas e dedicadas, de força técnica e financeira e um alto senso de responsabilidade e de respaldo a valores.” O grupo de metais básicos da Alcan tem receita anual de US$ 12 bilhões, cerca de 75% da Anglo American.
;
Tony Trahar, de 57 anos, é executivo-chefe desde 2000 e trabalha na empresa desde 1974. Assumiu o comando logo depois de a Anglo ter transferido a listagem de suas ações de Johannesburgo para Londres. Durante seu comando, a empresa começou a vender ativos secundários e a concentrar-se em suas principais operações de mineração.
;
O processo continuou neste ano, com a venda das ações da empresa na mineradora sul-africana de ouro AngloGold e da siderúrgica sul-africana Highveld Steel, além da decisão de desmembrar a Mondi, sua unidade de embalagens e papéis.
;
Trahar era ex-diretor da Mondi e espera supervisionar o processo de listagem da empresa na Bolsa de Valores de Londres antes de sua saída. O lançamento das ações está marcado para o final do ano, mas pode ser prorrogado até 2007, enquanto a Anglo American espera pela decisão das autoridades sul-africanas para determinar se as ações da Mondi serão consideradas domésticas ou estrangeiras e como isso afetará os acionistas sul-africanos.
;
A Anglo American vem sendo vista há algum tempo como um bom alvo para interessados em aquisições e a reestruturação dos últimos anos a tornou ainda mais atraente. A anglo-suíça Xstrata e a russa Rusal são nomes que surgem como possíveis compradores, embora alguns especialistas acreditem que a melhor opção seria uma fusão com a Rio Tinto.
;
As ações da Anglo American fecharam ontem em baixa de 1,49%, cotadas a 23,79 libras, em Londres, acompanhando os papéis da maioria das mineradoras.
Valor Econômico