Ex-presidente da Usiminas rebate críticas da Vale sobre aquisição de mineradora
04/06/08
Valor Online
RIO – O conselheiro e ex-presidente da Usiminas Rinaldo Campos Soares defendeu os investimentos da siderúrgica na área de mineração e afirmou que a aquisição de ativos de mineração é uma tendência mundial no setor siderúrgico, em um momento de alta dos preços do minério de ferro.
Na semana passada, a Vale anunciou que venderia sua participação de 5,89% de ações ordinárias da Usiminas, o equivalente a 2,9% no capital total. Ainda na semana passada, o presidente da mineradora, Roger Agnelli, criticou a decisão de Usiminas de investir em mineração e disse que a empresa deveria buscar o aumento da produção de aço no país.
Hoje, Soares ressaltou que, desde a privatização, nos anos de 1990, a Usiminas foi a siderúrgica que mais aumentou a produção de aço no Brasil, dobrando a capacidade, que hoje chega a 9,4 milhões de toneladas anuais, na soma das unidades da Usiminas, em Ipatinga, e da Cosipa, em Cubatão. O conselheiro frisou que, sempre que houver oportunidades de aquisição de ativos minerários de porte , a Usiminas vai analisar uma possível aquisição.
No início deste ano, a siderúrgica adquiriu a mineradora J.Mendes. Com capacidade atual de produção de 6 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, a expectativa é de que essa produção cresça para 29 milhões de toneladas até 2013. O objetivo da siderúrgica, segundo Soares, é que a mina, situada no quadrilátero ferrífero, em Minas Gerais, abasteça a unidade da Cosipa, enquanto a Vale continuaria fornecendo para a planta de Ipatinga. A produção restante da J.Mendes deverá ser destinada para o exterior.
As siderúrgicas estão buscando se verticalizar, com o atual preço da matéria-prima. O mercado aprovou a compra, foi bom para a empresa. Essa (crítica) é a visão do minerador, e não a nossa , disse Soares, que participa do 1º Encontro Nacional da Siderurgia, no Rio de Janeiro. Ontem, na abertura do evento, Soares já havia considerado equivocada a visão da Vale sobre a aquisição de ativos de mineração.
Atualmente, de acordo com o executivo, Usiminas e Cosipa consomem, juntas, 13 milhões de toneladas de minério de ferro.
(Rafael Rosas | Valor Online)
O Globo