Evoluções e desafios da lavra subterrânea no Brasil são debatidos no CBMINA
26/08/25
A lavra subterrânea no Brasil tem passado por importantes transformações tecnológicas e operacionais nas últimas décadas, acompanhando tendências globais em segurança, produtividade e sustentabilidade. Apesar dos avanços e da adoção de boas práticas internacionais, ainda existem desafios expressivos a serem superados. Esse foi o tema de um dos painéis do 12º Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e Mina Subterrânea (CBMINA), realizado nesta terça-feira (26), em Ouro Preto (MG).
O debate reuniu Cláudio Lúcio Lopes Pinto, professor adjunto do Departamento de Engenharia de Minas da UFMG; Felipe Góes Lima, VP de Serviços Técnicos da AngloGold Ashanti LATAM; Fernando Dutra, gerente de Desenvolvimento Estratégico da Appian; e Reuber Cota, gerente geral Corporativo de Geomecânica e Hidrogeologia da Vale.

Especialistas debatem evoluções e desafios da lavra subterrânea no Brasil. Crédito: Divulgação
Segundo o professor Cláudio Pinto, um bom projeto deve considerar desde o início tanto a lavra a céu aberto quanto a subterrânea. “Se adotar apenas o primeiro modelo e deixar para planejar a transição no final, o momento pode ser inadequado. Hoje, o Brasil vive um cenário diferente, com vários projetos de lavra a céu aberto em fase de transição para a subterrânea”, destacou.
Um exemplo dessa transição foi apresentado por Fernando Dutra, que detalhou o Projeto Santa Rita Underground, da Atlantic Nickel, no sul da Bahia. “O projeto subterrâneo já fazia parte da concepção da Mina Santa Rita há muito tempo. Investimos em sondagens e estudos para entender a geologia e viabilizar uma transição suave da lavra a céu aberto para a subterrânea”, explicou.
Já Felipe Góes Lima compartilhou a experiência da Mina de Cuiabá, da AngloGold Ashanti, em Nova Lima (MG). A operação subterrânea chega a 1,6 km de profundidade e tem perspectiva de alcançar 2,5 km. “São 40 anos de operação, com aprendizados, transformações e, sobretudo, muita ciência, inovação e tecnologia incorporadas às práticas da mina”, ressaltou.
Para Reuber Cota, a transição para a lavra subterrânea surge, muitas vezes, não pela escassez de minério, mas por limitações econômicas, ambientais ou urbanas da lavra a céu aberto. “Em muitos casos, o modelo a céu aberto já não é viável, e isso abre uma grande oportunidade para a expansão da lavra subterrânea no Brasil”, avaliou.
12º CBMINA: realização e patrocinadores
O 12º CBMINA é organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e o Departamento de Engenharia de Minas da UFMG (DEMIN-UFMG). O evento conta com o patrocínio diamante da Samarco e patrocínio bronze da AngloGold Ashanti, Atlantic Nickel, GEOSEDNA, AVA, Enaex Brasil, Lundin Mining e Rocscience. O apoio institucional é da Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem), Mining Hub e Women in Mining Brasil (WIM Brasil).
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