16/10/06

O presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou ontem que vai estatizar toda a riqueza mineral do país. `Começamos com (a nacionalização) dos hidrocarbonetos`, disse. `O próximo passo são os minerais. Haverá surpresas com o estanho, a prata e o ouro, que terão de passar para o Estado boliviano sob controle social do povo.` O anúncio foi feito durante cerimônia de entrega de 30 tratores a sindicatos agrários de Challapata.
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Segundo o ministro de Minérios da Bolívia, Guillermo Dalance, a oficialização da medida ocorrerá no próximo dia 31, quando o país comemora a nacionalização das minas, efetuada em 1952. Atualmente, o setor de mineração está nas mãos da iniciativa privada. Em 1985, o país reverteu a nacionalização que vigorava desde os anos 50.
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Os planos de Evo para as riquezas mineiras não são apoiados por cerca de 40 mil mineiros independentes que não aceitam se converter em trabalhadores assalariados. Semana passada, Evo já havia anunciado que reverteria ao Estado as minas cedidas a instituições e empresários privados onde não existam investimentos.
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O governo quer acelerar os planos depois dos sangrentos conflitos ocorridos no dia 4 de outubro entre mineiros independentes chamados de cooperativistas e assalariados de uma empresa estatal na localidade de Huanuni, que deixou 16 mortos e centenas de feridos.
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Os trabalhadores independentes reclamam ao governo mais áreas de trabalho e ontem ameaçaram interromper o fluxo de veículos em estradas do país caso seus pedidos não sejam aceitos. A ameaça de manifestações foi feita pelo líder desses trabalhadores, Pascual Guarachi.
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Os planos do governo Evo, porém, passam pela refundação da estatal Corporación Minera de Bolivia (Comibol) para aproveitar em favor do Estado a conjuntura dos bons preços de commodities metálicas nos mercados internacionais. `O governo propões que mantenhamos as atuais áreas de trabalho e pede para nos integrarmos à empresa estatal, mas essa não é essa a nossa proposta`, disse Guarachi.

O Estado de São Paulo