Estrada de Ferro de Carajás volta a ser ocupada por garimpeiros e sem-terra
14/05/08
A Estrada de Ferro de Carajás, que liga as minas de Carajás, no Pará, ao porto de Ponta da Madeira, no Maranhão, foi invadida a partir do início da tarde desta terça-feira (13), por cerca de 400 garimpeiros e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), no mesmo local das últimas ocupações, no município paraense de Parauapebas. Segundo a Vale, os invasores primeiro interceptaram um carro da empresa e chegaram a fazer reféns dois de seus trabalhadores, que foram obrigados a deixar o veículo e levados para o acampamento montado pelo MST a cerca de 70 metros da ferrovia desde o início de abril. Depois eles foram liberados e os manifestantes partiram para ocupar a ferrovia. Segundo nota da Vale, trata-se da 11ª invasão a uma instalação da Vale desde março do ano passado. Os invasores alegam tratar-se de um protesto pelo fato de não ter sido dada seqüência às reuniões acertadas com os governos federal e estadual para o atendimento de suas reivindicações. Eles chegaram a atear fogo em pneus e jogaram entulhos sobre os trilhos da ferrovia. Um dos garimpeiros integrantes do MTM (Movimento dos Trabalhadores da Mineração), Eurival Martins, confirmou que a ocupação era porque eles estavam insatisfeitos porque o representante do governo federal não estava participando das negociações para o atendimento de suas reivindicações. A Vale diz em sua nota que a empresa ?vem sendo usada por esses grupos para chamar a atenção dos governos estadual e federal para o atendimento de suas demandas?. ? A Vale se encontra involuntariamente envolvida, há mais de um ano, numa disputa que não lhe diz respeito, leva medo a seus empregados e à população local e interfere nas suas atividades. A resolução dessa situação depende unicamente do empenho das autoridades?, diz a nota.
Pará Negócios