Especialistas debatem sobre estratégias de desenvolvimento local em territórios em transição
30/05/22
Painel “Territórios em transição: estratégias de desenvolvimento local” – crédito: divulgação
A utilização de energias não renováveis e de carbono nas produções industriais é um desafio para os territórios que dependem dessas atividades. Entretanto, o impacto da descarbonização pode afetar amplamente a dinâmica da economia local. Estados e municípios terão que se reestruturar, diversificar sua economia, requalificar a população e prepará-los para futuros empregos.
Estes desafios foram tema do painel “Territórios em transição: estratégias de desenvolvimento local” realizado nesta quinta-feira, 26/5, durante o Festival ODS. O contou com a participação do diretor de Relações com Associados e Municípios do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Alexandre Mello, da Secretária Executiva de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Marina Bragante, do diretor Executivo da Agenda Pública, Sérgio Andrade, e mediação do coordenador de Projetos da Agenda Pública, Lucas Bravo.
O diretor do IBRAM apresentou a visão empresarial do conceito de sustentabilidade no engajamento. Este termo criado por Alexandre Mello representa um tripé que engloba as empresas, o setor público e as comunidades, que precisam andar juntas para se ter desenvolvimento sustentável nos territórios.
“As empresas, principalmente as maiores, que são âncoras na economia local, exercem um importante papel social, ambiental e econômico. O ESG, que tanto tem se falado nos últimos anos, deve estar muito presente. Praticamente todas as grandes organizações já trabalham com essa Agenda há bons anos. Na transição energética, o papel das empresas é fundamental, por ser o grande impulsionador dos territórios para as mudanças necessárias”, diz Mello.

Alexandre Mello, diretor de Relações com Associados e Municípios do IBRAM – crédito: divulgação
Para Marina Bragante, os governos têm muitos desafios para garantir uma transição justa, inclusiva e sustentável. São diversas demandas que acontecem ao mesmo tempo e que devem ser coordenadas juntamente com os recursos. “Em São Paulo, trabalhamos com a ideia de que é papel do governo, principalmente neste momento pós-pandemia que impactou tanto a economia local, pensar no desenvolvimento da economia, ofertar empregos e garantir o acesso à renda. (…) Como Estado temos que pensar em políticas que possam entender as diversidades locais, mas também como podemos caminhar para um futuro mais sustentável”.
Sérgio Andrade ressaltou que para que haja uma transição justa é importante planejamento inclusivo e transparente que seja pensado e executado a longo prazo. “Para construir estes planos, as novas estratégias de desenvolvimento local, é preciso entender que este processo tem grande impacto na economia e na sociedade. É preciso desenvolver estudos que permitam entender como aquela cadeia será impactada, como se financia as políticas públicas, como podemos induzir os setores nascentes. Uma característica que já sabemos que é fundamental na transição é o diálogo social. Consequentemente, entra uma agenda de trabalho envolvendo não só os trabalhadores, mas os governos locais e as empresas”.