Especialistas debatem inovação e tecnologia para rastreabilidade de ouro brasileiro
17/05/23
A rastreabilidade do ouro brasileiro é uma exigência do mercado internacional. Essa ação afasta cada vez mais as operações ilegais que provocam impactos ambientais e sociais. Para identificar a origem do metal extraído no país e assegurar sua qualidade, governo e setor privado contam com a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias capazes de atestar a origem do metal precioso.
O aprimoramento dessas tecnologias para barrar a extração ilegal de ouro foi tema de debate na última 3ª feira, em evento organizado pelo Jornal Correio Braziliense, em Brasília (DF).
Segundo Leonardo Abdias, diretor de Inovação e Mercado da Casa da Moeda (CMB), a entidade trabalha em prol desse combate à atividade ilegal. “Como forma de controle fiscal, a Casa da Moeda emite o selo digital, que consiste em uma autorização expedida no meio eletrônico, e com marca física no produto, que pode ser solicitada pelo garimpeiro, ou por quem tiver intenção de negociar o ouro extraído de maneira legal. Esses selos garantem a origem daquele ouro extraído. Essa atividade ajuda o comprador a obter o produto extraído de forma legal. A CMB tem a missão e desafio de combater o mercado ilícito brasileiro em diferentes cadeias industriais”, explicou.
O diretor de Administração da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Erich Adam Moreira, afirmou que, para rastrear de modo eficaz a produção e a comercialização do ouro, as autoridades fiscalizadoras precisam entender a natureza do mercado do metal. O ouro, explicou, é um “mineral de conflito”, ou seja, normalmente usado para financiar embates militares. Por outro lado, cada vez que ele se valoriza, há uma explosão no número de garimpos.
Pra Larissa Rodrigues, gerente de Portfólio do Instituto Escolhas, apesar dos avanços na rastreabilidade da produção aurífera, o país precisa avançar ainda muito mais. Segundo a especialista, outras medidas necessárias para combater o garimpo ilegal seria um licenciamento ambiental rígido, a realização da recuperação das áreas exploradas, banir definitivamente a utilização do mercúrio no processo de garimpagem e incluir as pessoas envolvidas como uma questão trabalhista e social fundamental a ser resolvida.
*Com informações do Jornal Correio Braziliense
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