Escoamento do minério será feito por balsas
09/11/09
Nicola Pamplona, AUTAZES (AM)Infraestrutura para transporte de soja na região vai ser usada pelo potássio A Vale chegou a avaliar a possibilidade de assumir a mina de Fazendinha, em processo licitatório promovido pela Petrobrás, mas desistiu diante do desafio logístico da região. Na visão da mineradora, que optou por buscar reservas do mineral em países vizinhos, os altos custos de transporte de equipamentos e produção inviabilizam o projeto. Para as autoridades envolvidas no processo, porém, a infraestrutura de transporte de grãos pelo Rio Madeira, já consolidada, vai permitir o escoamento do potássio.A Potássio do Brasil vem enfrentando alguns percalços para organizar a logística de chegada de pessoal e equipamentos, mas não vê a questão logística como entrave. Autazes está a 120 quilômetros de Manaus, por estrada asfaltada, mas a chegada ao local demanda duas travessias de rios em balsa – a primeira, de Manaus a Careiro Castanho, na margem oposta do Amazonas; e a segunda, entre a rodovia AM-254 e a sede do município.O percurso entre a sede do município e os locais dos poços também é por via fluvial. A companhia está em via de contratar uma balsa para levar as sondas de perfuração para as locações – o equipamento está vindo do Chile. A empresa já contratou uma lancha para transportar pessoal para os poços.Para o transporte da produção, porém, a companhia acredita que poderá aproveitar o esquema logístico de exportação de soja do Centro-Oeste pelo Porto de Itacoatiara, no encontro entre os Rios Madeira e Amazonas. A soja é levada em grandes barcaças, que voltam vazias às regiões produtoras. “O potássio pode fazer o caminho de volta da soja, barateando o custo de transporte”, diz o prefeito de Autazes, Professor Wanderlan (PMDB).”Nas principais regiões produtoras, o potássio atravessa meio mundo de trem até chegar a um porto”, diz o secretário de Mineração do Amazonas, Daniel Nava. “A logística não é problema. O principal porto importador de fertilizantes é Itacoatiara”, concorda o diretor de fiscalização do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), Walter Arcoverde.Para a prefeitura de Nova Olinda do Norte, as duas cidades poderiam se beneficiar de um sistema conjunto de escoamento do potássio. Assim como Autazes, Nova Olinda só tem acesso por via fluvial – é ligada à cidade vizinha por uma linha de lancha pelo Madeira.
O Estado de S.Paulo