Energia nuclear ? as novidades silenciosas
28/01/11
Sempre que a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, movimenta-se, procura fazê-lo quase em silêncio, com o menor alarde possível. Apesar de ser uma fonte de geração de energia absolutamente limpa o estigma de perigo* que impera sobre esta que é uma das mais baratas formas de produção de energia exige este cuidado.
A notícia mais recente e interessante é que o Brasil vai aumentar sua capacidade de enriquecer urânio para usinas nucleares. A Marinha planeja iniciar a construção de uma fábrica para ampliar a produção dos conjuntos de máquinas de enriquecimento do minério em uma unidade localizada em Aramar , no estado de São Paulo. A informação surge do diretor de Produção do Combustível da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Samuel Fayad Filho.
Em outro movimento,já em curso, a Marinha está construindo uma usina-piloto para nacionalizar outra etapa do ciclo do combustível nuclear que ainda é feita no exterior, a conversão do urânio, de ?yellow cake? em gás.
Ao mesmo tempo a Eletrobras escolheu o consórcio de bancos internacionais que financiará parte da construção da usina nuclear Angra 3, que está em fase inicial de obras.; O grupo, que dará crédito para a compra de serviços e componentes no mercado internacional, é formado por cinco bancos franceses, liderados pelo Société Générale.
Angra 3 custará cerca de R$10,4 bilhões. O BNDES já aprovou financiamento de R$6,1 bilhões para encomendas feitas no mercado nacional, e R$890 milhões de empréstimos da Eletrobras. A usina deve entrar em operação em 2015, com capacidade de 1.405 megawatts (MW).
Para concluir o leque de novidades, até o fim do primeiro semestre deste ano, a Eletronuclear vai encaminhar ao governo federal os estudos técnicos sobre os locais com melhores condições para a instalação das próximas usinas nucleares que serão construídas no país. Anteprojetos mostram custos de R$ 3 bilhões para construção de cada unidade, sendo que as duas primeiras estariam localizadas no Nordeste do Brasil, em locais sendo discutidos mas com alternativas já identificadas.
*Os acidentes de Three Mile Island, nos EUA (1979) e Chernobyl, na ex-União Soviética (1986) provocam lembranças em muitas pessoas que não tem conhecimento de como evoluiu o controle de segurança nas usinas nucleares, tantas décadas passadas.
Portal Exame