Empresas do Golfo movimentam US$ 60 bilhões em aquisições internacionais
26/07/07
Este é o valor que deverá ser gasto este ano por companhias da região com a compra de empresas estrangeiras. Até o momento as aquisições já movimentaram US$ 40 bilhões. Os investimentos incluem os ramos de aeroportos, varejo, automotivo, bacário, de telecomunicação, petroquímico, entre outros.;São Paulo – As aquisições internacionais de empresas do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) devem superar os US$ 60 bilhões este ano, segundo reportagem publicada ontem (25) pelo jornal Khaleej Times, de Dubai. O GCC é um bloco econômico formado por Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait e Omã. Entre as aquisições em negociação está uma oferta da empresa de investimentos estatal Delta Two, do Catar, de US$ 24,5 milhões pela rede de supermercados britânica J Sainsbury. O total inclui as dívidas do grupo, tendo a companhia do Catar que desembolsar efetivamente US$ 21,3 bilhões para fechar a compra. Este ano o Delta Two já adquiriu US$ 1,5 bilhão em ações da rede. Outro negócio, anunciado na segunda-feira (23), envolve a compra de 60% de participação no Aeroporto Internacional de Auckland, na Nova Zelândia, pela Dubai Aerospace Enterprises. O valor da aquisição ultrapassa os US$ 2 bilhões. Nos últimos dois meses, a Dubai International Capital LLC (DIC), o braço de investimentos da Dubai Holding, um conglomerado empresarial pertencente à família real de Dubai, adquiriu 3,1% do capital da Empresa Européia de Defesa Aeronáutica e Espaço (EADS), controladora da fabricante de aeronaves Airbus. A DIC também adquiriu ações do banco britânico HSBC, o maior banco europeu, sediado em Londres, segundo informa o jornal. O valor da compra não foi informado. Outro negócio com o HSBC foi feito pelo empresário saudita Maan Al Sanea, que adquiriu US$ 6,81 bilhões em ações do banco. O banco indiano ICICI também chamou a atenção da DIC, que adquiriu 2,87% de seu capital. Os valores do negócio também não informados. A DIC tem planos de arrecadar fundos de US$ 25 bilhões para investimento nos próximos dois anos. A DIFC Investments de Dubai efetuou outra aquisição no setor bancário, comprando participação de 2,2% no banco alemão Deutsche Bank por 1,35 bilhão de euros, equivalentes a US$ 1,9 bilhão pelo câmbio atual. Este mês o Banco de Sharjah, dos Emirados, comprou o libanês Banque de la Bekaa. Ainda em julho, o Banco Comercial da Arábia Saudita, maior banco de empréstimos dos países do Golfo, fez sua primeira aquisição na Turquia. O banco saudita comprou 60% de participação no Turkiye Finans, também operador no setor de empréstimos, por US$ 1,08 bilhão. A Istithmar, também de Dubai, segue os passos da DIC buscando novas oportunidades de aquisições, entre elas uma oferta feita pela rede de roupas Barney`s, dos Estados Unidos. Segundo analistas dos países do Golfo, empresas da região já fizeram aquisições de mais de US$ 40 bilhões desde o início do ano. Uma destas aquisições incluem a compra da GE Plastics pela Saudi Basic Industries (Sabic), por US$ 11,6 bilhões. A empresa tem operações no Brasil, que também foram inclusas na aquisição. Empresas do GCC também investiram entre si. A terceira licença de telefonia móvel da Arábia Saudita foi adquirida pela Empresa de Telefonia Móvel (MTC) do Kuwait, por US$ 6,11 bilhões. Também no setor de telefonia, a Empresa de Telefonai Saudita (STC), informou que adquiriu 25% de participação na Maxis da Malásia, por US$ 3 bilhões. Outras empresas do bloco também fizeram aquisições importantes neste ano, como a compra da divisão de dióxido de titânio da Lyondell Chemical Company, pela saudita Cristal, por US$ 1,3 bilhão. Este negócio incluiu também as operações brasileiras do grupo, que incluem uma fábrica de pigmento de titânio em Camaçari, na Bahia, e uma mina de minério de titânio em Mataraca, na Paraíba. No setor automotivo, um consórcio liderado pela Investment Dar, do Kuwait, comprou a fabricante de veículos de luxo britânica Aston Martin por US$ 965,3 milhões. Lideradas por empresas de investimento dos Emirados e Catar, as aquisições internacionais devem continuar em 2008. A DIC, por exemplo, decidiu que vai comprar participação em cinco das 500 maiores empresas mundiais, listadas pela revista norte-americana Fortune, e separou outras 15 para análise. Ela pretende também fazer 10 investimentos de US$ 1 bilhão cada em outras companhias. *Tradução de Mark Ament
STRONG