03/07/07

A mineradora MMX, do empresário Eike Batista, está prestes a anunciar a compra da AVG Mineração, localizada no município de Igarapé, na Serra Azul, região central de Minas Gerais. A aquisição é parte de uma onda de negócios envolvendo a aquisição de pequenas e médias mineradoras da Serra Azul por grandes grupos.
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A Serra Azul fica na parte oeste do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, que desde o século 19 atrai garimpeiros e mineradoras interessadas em suas reservas – de ouro e topázio a bauxita e minério de ferro.
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Com reservas estimadas em 2 bilhões de toneladas de ferro, a Serra Azul concentra pouco mais de uma dezena de mineradoras. Pelo menos outras cinco mineradoras estão sendo vendidas na região, em negócios que devem movimentar mais de US$ 2 bilhões.
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`É a última grande região do quadrilátero disponível. Com esses preços do minério de ferro no mercado internacional, o negócio se torna bastante atrativo. Principalmente porque a qualidade das reservas é muito boa`, diz Rodrigo Andrade Gontijo, diretor da AVG.
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Gontijo confirma que as conversas com a MMX estão `adiantadas`, mas diz que o negócio – que envolveria o desembolso de mais de US$ 250 milhões – ainda não foi fechado. A MMX disse, por meio da assessoria, que não iria se `pronunciar sobre o assunto no momento`. Segundo Gontijo, a empresa negocia também com a Vale do Rio Doce, BHP Billiton e CSN. `Agora estamos igual moça bonita, sendo cortejados por todos os lados.
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` Fontes ligadas ao negócio dizem que a Vale chegou a visitar o `data room` – sala com as informações da empresa -, mas não fez oferta. A MMX está checando as contas da AVG antes de fechar o negócio.
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Uma das regiões com maior incidência de reservas de minério de ferro do Brasil, o quadrilátero ferrífero se estende por uma área aproximada de sete mil quilômetros quadrados no centro de Minas Gerais.
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A forte demanda internacional, principalmente chinesa, tem estimulado negócios com as mineradoras independentes da Serra Azul. `Vamos ter um movimento de consolidação muito grande e muito rapidamente`, diz o diretor da AVG.
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As reservas estimadas na região são mais do que o dobro da mina de Brucutu – chamada de `nova Carajás` e inaugurada em outubro do ano passado pela Vale, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), com uma jazida de 737 milhões de toneladas.
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A nova perspectiva para a Serra Azul foi aberta pela mineradora britânica London Mining, que anunciou em maio a compra da Minas Itatiaiuçu, dona de depósitos de 260 milhões de toneladas de minério de ferro. Para ampliar a produção, a London Mining irá investir US$ 130 milhões.
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A AVG possui jazidas estimadas em 120 milhões de toneladas de minério. Se confirmada, a compra da AVG poderá representar o início da produção da MMX no Estado. A empresa enfrenta dificuldades para conseguir o licenciamento ambiental de um empreendimento de exploração na cidade de Conceição do Mato Dentro, na região central. Os investimentos da MMX incluem um mineroduto de 525 quilômetros até o Porto do Açu, no Estado do Rio .

O Estado de S.Paulo