Definida empresa que explorará Itataia
06/06/08
A decisão, entretanto, ainda passará pela confirmação do Conselho Administrativo da INB, a ocorrer até o dia 19Já está escolhida, pela diretoria executiva das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a empresa que será responsável pela exploração de fosfato na mina de Santa Quitéria. O nome da vencedora, entretanto, ainda não pode ser revelado, segundo informou a assessoria de imprensa da empresa. A decisão ainda passará pela confirmação do conselho administrativo, que a comunicará ao ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), quando será, finalmente, divulgada.A reunião com o conselho deverá ocorrer entre os dias 17 e 19 deste mês, logo após isso, deverá ocorrer a divulgação. A comissão técnica da INB já havia indicado à diretoria a empresa que apresentara a melhor proposta. A decisão ficou entre a Vale, a Bunge Fertilizantes e a Galvani Mineração. A vencedora deverá aportar recursos previstos de US$ 200 milhões.ItataiaA jazida, localizada a 252 quilômetros de Fortaleza, é a segunda maior do País e será responsável, inicialmente, por uma produção de 120 mil toneladas de fosfato/ano, próprio para fabricação de sais minerais animal e fertilizantes à base de fosfato.Também possui 800 toneladas de urânio, estes que serão explorados pela própria INB, que possui o monopólio sobre essa exploração.A mina (conhecida pelo nome de Itataia) ainda tem jazidas com 300 milhões de metros cúbicos de calcário, matéria-prima essencial na fabricação de cimento.As reservas lavráveis da mina, cuja área é de 4.042 hectares, são da ordem de 8,9 milhões de toneladas de fosfato e de 79,3 mil toneladas de urânio, numa proporção de 100 de fosfato para uma de urânio.Iniciativa privada no urânioO governo federal estuda a entrada da iniciativa privada no processo de produção e enriquecimento de urânio, com vistas às futuras usinas e térmicas nucleares a serem construídas no País. A flexibilização do histórico monopólio estatal do setor foi admitida, há algumas semanas, pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), durante o depoimento sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Comissão de Infra-estrutura do Senado.Na ocasião, Dilma Rousseff alertou que o País precisará incrementar o parque gerador nuclear. É que entre 2020 e 2030 o atual modelo energético, baseado na geração hidrelétrica e nas térmicas a gás, óleo e carvão, estará próximo do esgotamento. A entrada do capital privado neste ramo é uma demanda de grandes empresas de mineração, como a Vale, que vai investir na Austrália.O empresário Eike Batista, proprietário da holding EBX, também já afirmou publicamente querer explorar o minério. Ele está de olho em um mercado mundial potencial que movimenta US$ 12 bilhões em compra e venda de urânio, ávido por fornecedores.O Brasil detém a 6ª maior reserva de urânio conhecida do planeta. E, nos últimos anos, a demanda internacional cresceu a tal ponto que se calcula que haja um déficit de cerca de 60 mil toneladas para atender aos interessados.
Sérgio de Sousa/Samira de CastroRepórteres
Diário do Nordeste