CSN compra, por US$ 440 milhões, Companhia de Fomento Mineral
24/07/07
Grupo adquirido tem instalações próximas à Mina de Casa de Pedra; A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) confirmou a aquisição, por US$ 440 milhões, no último dia 20, da Companhia de Fomento Mineral e Participações (CFM), localizada no Estado de Minas Gerais e com instalações próximas à Mina de Casa de Pedra, principal ativo de mineração da CSN. O negócio foi fechado por meio de sua subsidiária integral Nacional Minérios S.A (Namisa). Segundo comunicado da empresa, a operação será totalmente financiada com recursos captados no mercado financeiro. Do valor total da compra, US$ 100 milhões foram pagos no ato da assinatura do contrato de compra e venda e US$ 250 milhões serão quitados no dia 1º de agosto. Os US$ 90 milhões restantes poderão ser pagos em quatro parcelas, em prazo de dois anos, desde que satisfeitas determinadas condições previstas no contrato de compra e venda. A CFM explora diversas minas de minério de ferro e possui instalações de processamento de minério no estado de Minas Gerais. Em 2006, a CFM comercializou aproximadamente 3,6 milhões de toneladas de minério de ferro e no primeiro semestre de 2007 cerca de 2,7 milhões de toneladas. A empresa está expandindo a capacidade de produção de suas instalações e estima que no próximo ano as vendas da CFM atinjam 8 milhões de toneladas. Segundo o diretor executivo de Mineração da CSN, Juarez Saliba, o negócio transforma a Namisa, em 2008, em uma empresa de porte internacional. Segunda Fase`A conclusão da segunda fase da expansão das instalações no Porto de Itaguaí em fevereiro de 2008 – quando teremos capacidade de manuseio e de exportação de 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano – associada à compra dos ativos da CFM e aos estoques de minério disponíveis, asseguram às empresas do Grupo CSN capacidade de vendas totais de minério de ferro em 2008 de 30 milhões de toneladas`, disse Saliba. Os dados incluem transferências do minério de ferro para a usina siderúrgica em Volta Redonda, o que resultará, por sua vez, em expressivo reforço às receitas e ao Ebitda consolidados da empresa. Na avaliação de Rodrigo Ferraz, analista da Brascan Corretora, a aquisição é positiva do ponto de vista estratégico, já que a incorporação de pequenas mineradoras deve ser um movimento a ser perseguido tanto por mineradoras quanto por siderúrgicas, nacionais ou estrangeiras. `Acreditamos que as siderúrgicas mostrem interesse ainda maior que as mineradoras, visto que a manutenção do preço do minério de ferro nos atuais patamares contribui para este tipo de investimento, que é na verdade estratégia de defesa contra novos reajustes`, apontou relatório da corretora. Na semana passada, outras duas siderúrgicas anunciaram a entrada em novos projetos de exploração e beneficiamento de minério de ferro. A Arcelor Mittal anunciou projeto de US$ 2,2 bilhões e produção de 25 milhões de toneladas/ano da commodity. Já a Jindal Steel fará investimentos de US$ 2,1 bilhões para a produção de 10 milhões de toneladas de pelotas e 1,7 milhão de toneladas de aço. Valor AltoLevando em conta a produção da Companhia de Fomento Mineral no primeiro semestre – 2,7 milhões de toneladas – Ferraz calcula que o ativo chegaria a um preço de US$ 81 por tonelada, valor considerado alto e um terço acima do preço por tonelada pago pela Vale do Rio Doce para elevar a 130 milhões de toneladas a produção de Carajás (US$ 61 por tonelada). Tendo como base a meta de vendas da mineradora em 2008 – 8 milhões de toneladas – esse valor cairia a US$ 55 por tonelada, valor considerado razoável. `Mas é preciso saber se a CSN terá que aportar mais recursos para elevar a produção. Como não temos esses dados, essa análise ainda é capenga. O ativo é caro, mas é preciso lembrar que os ativos do setor em geral estão mais valorizados. A própria Arcelor Mittal pagará US$ 88 por tonelada em seu projeto no Senegal`, ponderou o analista.
Jornal do Commércio – RJ