Crise se agrava: Vale anuncia corte de funcionários
04/12/08
Empresa vai produzir menos. Dos 1,3 mil demitidos, 20% foram em Minas Gerais
Nas crises econômicas, o medo maior são as demissões. A imagem pior é da fila do desemprego. Esse efeito assustador, que teve início com a crise internacional, começa a chegar ao Brasil. As empresas já produziam menos. Deram férias coletivas e agora estão demitindo.
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Leia mais sobre Economia e Negócios no G1 O consumo em todo o mundo encolheu. A segunda maior mineradora do mundo, a brasileira Vale, dispensou ontem 1,3 mil funcionários. Os principais compradores da Vale suspenderam encomendas. A China é o principal deles. A empresa agora vai produzir menos: 20% das demissões foram em Minas Gerais. São tempos difíceis.;
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Foram 1,3 mil demissões em todo o mundo ? 2,1% do total da empresa – de novembro até agora. A Vale não informa os setores dos demitidos nem as cidades onde trabalhavam.
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Hoje a mineradora está em 18 estados do Brasil e em 30 países. Outros 5,5 mil empregados vão entrar em férias coletivas que vão ser programadas até fevereiro ? 80% dos funcionários mandados para casa são de Minas Gerais. Sacrificar a folha de pagamento faz parte de uma estratégia para enfrentar a crise internacional. No início do ano, a Vale havia anunciado que pretendia criar mais de 60 mil novos empregos até 2012. Agora demitiu, em vez de contratar. Segundo a empresa, todas as projeções de crescimento foram feitas quando a realidade do mercado era outra. A Vale começou a sentir os efeitos da turbulência financeira no planeta no fim de outubro, quando decidiu reduzir a produção de minério no Amapá, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Com a reestruturação, só um projeto não será alterado: o que prevê investimentos de US$ 14 bilhões no ano que vem. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Vargas Penna, o setor tem preservado o quanto pode os postos de trabalho. ?Não há como conter esse desemprego na medida em que a atividade econômica cai em níveis que estamos verificando agora?, aponta Paulo Camillo Vargas Penna. Reação do governo é cautelosa O governo negou que as demissões da Vale representem uma piora dos efeitos da crise internacional no Brasil. A reação foi cautelosa. A preocupação é manter o consumo e facilitar ainda mais o acesso ao crédito – para manter a produção. O governo já admite mexer novamente em tributos e prazos para pagamento de impostos das empresas em todas as áreas. O alerta de mais demissões vem de vários setores – não só de exportações. A forte queda na produção industrial registrada em novembro vai ter conseqüências para o trabalhador a partir de agora. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não acredita que as demissões na Vale signifiquem que venha por aí uma onda de desemprego, como na Europa. ?Nós não temos visto demissões em massa. Pelo menos, até agora, ainda não aconteceu. Aqui no Brasil, embora haja sinais de desaquecimento, haja alguns indícios de que nós vamos ter problemas, nem de longe nós achamos que vai chegar na situação que está na Europa, que tem 10 mil demissões por dia?, afirma o ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Para a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, a crise não está piorando por aqui. Mas algumas empresas terão mais dificuldades. ?Isso não significa que o Brasil vai entrar em recessão nem em uma crise profunda. As empresas que têm uma dependência maior de exportações vão ter um processo de ajuste mais difícil?, analisa. Para proteger os empregos, o governo diz que é preciso manter o crescimento da economia. Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vão ser preservados. O presidente Lula voltou a afirmar que o brasileiro deve continuar comprando. ?Eu não quero pedir para ninguém que tenha dívida para fazer mais dívida. Pelo amor de Deus, paguem as que já têm. Não quero. Mas eu quero pedir para que a gente torne à atividade econômica com uma certa normalidade?, diz o presidente Lula. A reforma tributária ficou mais uma vez para o ano que vem. Não foi possível negociar mudanças no Congresso, mas com a crise o governo poderá adotar algumas medidas que fariam parte da reforma. Contra o desemprego, parte da equipe do presidente Lula quer a redução das taxas de juros. Mas isso é com o Banco Central. Por lá, o entendimento parece ser outro. Votorantim também demite Mais demissões. A Votorantim Metais dispensou 184 funcionários da unidade de Goiás. A empresa justificou. Informou que vai ter que se adequar à nova realidade do mercado com a crise internacional. A Votorantim vai rever a produção e os custos diante da redução das vendas em todo o mundo. Desemprego chega a pior nível nos EUA Nos Estados Unidos, o relatório de uma empresa de consultoria acionou o alarme: o desemprego chegou ao pior nível dos últimos sete anos. Só em novembro, as empresas americanas demitiram 250 mil funcionários. Os cortes atingiram especialmente o setor de serviços e a construção civil, que representam mais de 80% da economia. O número de desempregados deve aumentar: o plano apresentado pela General Motors para obter ajuda do Congresso americano prevê a demissão de 30 mil funcionários. Para manter outros empregos, o sindicato dos metalúrgicos concordou em reduzir salários.VEJA O LINK DA NOTÍCIA!
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Bom Dia Brasil