Crescem 374% pedidos para pesquisa de minério ferro no Ceará
04/03/10
Quando se acreditou no potencial de explorar as riquezas minerais cearenses, os pedidos de concessão de pesquisa cresceram
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O número de pedidos para pesquisa de minério de ferro no Ceará cresceu 374% em pouco mais de dois anos. Havia 150 áreas solicitadas em 2008, frente aos 711 terrenos requeridos até fevereiro deste ano, informou o chefe do distrito do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Ceará, Fernando Roberto.
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As solicitações para pesquisa de minério de ferro no Ceará tornaram-se intensas em 2004, quando áreas ficaram visadas nos municípios de Sobral, Coreaú e Frecheirinha – norte do Estado. Foram quatro pedidos naquele ano. Até então, não se compreendia ser viável economicamente investir nesse produto cearense.
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Os jazimentos são muitos, mas de pequeno porte. “Tanto os depósitos de minério de ferro como de manganês são de pequenos volumes. Não temos ainda nenhum depósito com tonelagem superior a 10 milhões de toneladas“, afirmou Fernando Roberto.
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O maior número de áreas está com requerimento ou autorização de pesquisa para as empresas mineiras Vtech Empreendimentos Minerais e Terrativa Minerais, além da Vale e duas pessoas físicas de São Pualo: Ingo Gustav Wender e Angelito Ancelmo Santana. A Terrativa Minerais aguarda autorização para começar as pesquisas. Conforme Júlio Neves, geólogo da empresa, uma equipe de especialistas foi formada para trabalhar de acordo com os dados do DNPM. “A gente fez um estudo e requereu a área. A gente visa principalmente minério de ferro, mas também queremos manganês, cobre, chumbo e zinco“, informou. Alguns estudos devem ter início ainda este semestre, garantiu.
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Conforme Neves, o procedimento está em etapa inicial, mas os trabalhos de escritório já foram iniciados e uma equipe está pronta para vir ao Estado. “São muitas áreas para pesquisa“, disse, sem dar exatidão de quantidade.
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Beneficiamento
Antes do entendimento atual do Governo do Estado de que o solo cearense tinha uma riqueza mineral economicamente viável, só uma empresa tinha concessão de lavra para explorar o minério de ferro no Ceará. A Libra Ligas do Brasil & do Grupo Carbomil -, atua em Quiterianópolis e Novo Oriente desde 1990, conforme o diretor da empresa, Cândido Quinderé.
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No entanto, não interessa à empresa exportar o produto bruto. Uma unidade de beneficiamento em Banabuiú transforma o minério em ferroliga, que é vendido para Europa e outros estados no País.
“Nunca tivemos interesse em desenvolver para exportações. Primeiro, por causa das quebras no mercado. Depois, a venda de minério lá fora é em grandes quantidades“, explicou Quinderé.
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Para ele, a quantidade que se explora é insuficiente para ter um bom lucro. “Não há interesse. Prefiro dar valor agregado ao produto“, disse. A mina que a Libras extrai tem reservas estimadas em 4 milhões de toneladas de minério de ferro.
NO CEARÁ
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SOLICITAÇÕES. Atualmente, existem no Ceará: 370 requerimentos de pesquisa nos municípios de Viçosa do Ceará, Camocim, Morada Nova, Russas, Quixadá, Ibaretama,Ibicuitinga, Quixeramobim, Banabuiú, Boa Viagem, Santa Quitéria, Catunda; 245 autorizações de pesquisa & alvarás de pesquisa – em Granja, Uruoca, Senador Sá, Quixeramobim, Quixadá, Crateús, Catunda, Santa Quitéria, Novo Oriente, Independência, Sobral, Quiterianópolis,Lavras da Mangabeira e Aurora, além de 93 áreas em disponibilidade para pesquisa.
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TRAMITAÇÃO. A tramitação do processo de concessão segue os seguintes passos: Requerimento de pesquisa, com áreas máxima de 2 mil hectares por processo, que, após estudo, outorga o Alvará de Autorização de Pesquisa no prazo de três anos prorrogáveis por mais três anos. A finalização se dá com a apresentação de um relatório de pesquisa (positivo ou negativo). Se positivo, os trabalhos de pesquisa são vistoriados por técnicos do DNPM, que concluem por sua aprovação ou não. Caso aprovado, é dado o prazo de um ano para requerer a lavra, com apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico (PAE), que termina com a Concessão de Lavra.
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MANGANÊS. Existem 104 processos com áreas de minério de manganês no Ceará, sendo 59 requerimentos de pesquisa, 44 autorizações de pesquisa e 1 requerimento de lavra, no município de Ocara. Os requerimentos e as autorizações estão concentradas nos municípios de Aracoiaba, Chorozinho, Ocara, Itapiúna, Morada Nova, Paramoti, Ibaretama, Quixadá. Piquet Carneiro, Canindé, Tejuçuoca, General Sampaio, Palmácia e Redenção. As empresas com maior número de processos são: Carbopar, do Grupo Carbomil e Ferroatlântica Mineração, de Minas Gerais.
MINAS PEQUENAS. Tanto os depósitos de minério de ferro como de manganês são de pequenos volumes. Até agora, não há depósito com tonelagem superior a 10 milhões.
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NÚMEROS
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711 SOLICITAÇÕES DE PESQUISA DE MINÉRIO DE FERRO EM TERRAS CEARENSES OCORRERAM DESDE 2004
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300; MIL TONELADAS DE MINÉRIO DE FERRO DO CEARÁ É A INTENÇÃO DE EXPORTAÇÃO DA GLOBEST EM 2010
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2,5 MILHÕES DE TONELADAS DE MINÉRIO DE FERRO É QUANTO O DNPM ESTIMA QUE TEM A MINA EXPLORADA PELA GLOBEST
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