Consumo mundial de jóias triplica preço do ouro
07/03/07
Patrícia Nakamura07/03/2007
Belo, tradicional, cobiçado. E por isso, cada vez mais caro. A cotação do ouro duplicou nos últimos três anos graças ao alto consumo mundial de jóias e por ser considerado uma alternativa segura de investimento frente ao dólar e outros ativos financeiros. A especulação no mercado de commodities também contribuiu para que o preço do metal alcançasse as alturas.
Apesar da perda acumulada de mais de 3% ao longo do mês, o ouro permanece em patamares recordes, bem acima dos US$ 600. Em 2004, a cotação média do metal era de US$ 300. Ontem, na New York Mercantile Exchange, o ouro era negociado a US$ 646 por onça-troy (31,1 gramas), alta de 1,4% em relação ao pregão anterior.
De acordo com Luiz Manreza, analista de commodities minerais do Standard Bank, os preços das commodities metálicas foram influenciadas na semana passada pela violenta queda na Bolsa de Xangai. “Os temores de desaquecimento da demanda também tiveram peso importante na baixa dos preços”.
Menos nobre, a prata vem acompanhando de perto da movimentação dos outros metais nobres (ouro e platina). A cotação da prata em Nova York saiu dos US$ 8,89 por onça-troy em dezembro de 2005 para perto de US$ 13 em março.
Ao longo de 2007, os metais preciosos em geral deverão atravessar novos períodos de oscilações bruscas, sem uma tendência definida de preços até o fim do ano. Nas projeções otimistas, que apostam no crescimento do consumo e na maior busca por parte dos investidores, o preço do ouro poderá girar entre US$ 640 e US$ 680 por onça-troy.
Mesmo num cenário pessimista, com a fuga de parte dos especuladores, a demanda das joalherias e de alguns produtores de equipamentos industriais deve sustentar as cotações do metal por volta de US$ 550, jogando para cima o preço final de anéis, colares, brincos e outros objetos de desejo.
Valor Econômico