Concessão de abertura de lavras tem expansão de 10%
25/09/06
Fonte: Jornal DCI
O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério de Minas e Energia, concedeu 218 concessões para a abertura de lavras no País, entre janeiro e agosto deste ano. O número é superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram concedidas 198 licenças, e sinaliza uma expansão do setor. Neste ano a produção nacional de minérios deve aumentar 10,7%, de acordo com levantamentos feitos pelo DNPM. Análises do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) também apontam um cenário otimista de ampliação dos investimentos e de diversificação dos minerais explorados.
O aumento da produção mantém o ritmo registrado em 2005, em que houve incremento de 10,9%, e revela que a mineração deverá continuar crescendo acima da média do produto interno bruto (PIB). Entre os anos de 2002 e 2005, o Valor da Produção Mineral Brasileira cresceu 212,3%, de R$ 40,7 bilhões para R$ 84,2 bilhões. Para este ano, se for confirmada a previsão do DNPM, esse valor deverá ultrapassar os R$ 93 bilhões. O diretor de Desenvolvimento Econômico Mineral do DNPM, Antônio Fernando Rodrigues, considera que existem sinais concretos de que o setor irá manter o desempenho em 2006. A abertura de novas áreas de exploração poderá refletir a ampliação de investimentos. Em 2005, o setor recebeu US$ 162 milhões de investimentos em pesquisas. Todos esses bons indicadores internos do setor, segundo Antônio Rodrigues, refletem o bom momento econômico do País e também são resultado dos sinais positivos emitidos pelo mercado internacional, que continua favorecendo as exportações de minérios brasileiros. Ainda de acordo com o relatório do DNPM, o Brasil deve ampliar sua atuação como fornecedor de minério de ferro, nióbio, cobre e níquel, especialmente por conta da produção na mina de Sossego e das jazidas de Vermelho e Onça-Puma.
O diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Ribeiro Tunes, acredita que parte do crescimento previsto pelo DNPM tem uma forte influência do setor de petróleo e gás. Ainda assim o setor mineral no Brasil deverá, outra vez, apresentar crescimento expressivo em 2006.
No Brasil, Marcelo Ribeiro destaca que os próximos anos serão de ampliação dos investimentos. Segundo ele, hoje a média anual de aporte na produção das empresas é de US$ 300 milhões, mas deve subir nos próximos anos para US$ 500 milhões. Esses recursos, acrescenta Ribeiro, serão direcionados a vários setores, mas as aplicações devem crescer significativamente nas áreas de exploração de cobre e níquel. ?No caso do cobre o Brasil poderá, rapidamente, passar de importador a exportador?, acrescentou. Ribeiro afirma, ainda, que outros setores também serão beneficiados, como o de minério de ferro, que deve continuar puxando o desempenho do setor. Em 2006 , ele acrescenta, além do aumento na produção de produtos tradicionais como minério de ferro, bauxita e caulim, outros itens também devem registrar aumentos. Entre os produtos ele destaca os agregados da construção civil, como areia, brita e argila, e as pedras ornamentais, como granito e mármore. Há 10 anos, a produção de pedras ornamentais, segundo ele, movimentava cerca de US$ 300 milhões no País. Este ano, somente esse setor deve movimentar mais de US$ 1 bilhão.
Para o diretor do Ibram, Marcelo Ribeiro, o setor mineral brasileiro continuará a crescer nesse ritmo nos próximos anos. ?Acreditamos que essa tendência deve se manter por pelo menos mais cinco anos. Mas, existem algumas análises mais otimistas que apontam um ciclo mais longo de crescimento do setor que pode durar até 2015?, avalia.Equipamentos
As vendas de equipamentos para a mineração devem ter crescimento em torno de 20% este ano, avalia Carlos Trubbianelli, presidente da câmara setorial da área na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Para ele, o mercado poderá ter fôlego para manter este ritmo também no ano que vem. ?As vendas cresceram entre 30% e 40% anualmente, desde 2003, com a demanda chinesa. A tendência para os próximos anos é que o crescimento seja menos intenso, enquanto as grandes mineradoras aumentam investimentos em outros metais?.
Crescimento da mesma ordem é esperado pela Metso Minerals Latin America, uma das maiores fabricantes de equipamentos para a área, que registrou faturamento de US$ 283 milhões em 2005. A companhia busca aumentar a participação dos contratos incluindo a prestação de serviços por longo prazo, como a manutenção de equipamentos e treinamento. ?Estes negócios devem corresponder a 60% do faturamento em três anos, ante 40% atualmente?, diz João Colagrossi, presidente da empresa.