Compensação Ambiental pode atingir 100 milhões de reais
27/02/08
A previsão é do secretário de Estado de Meio Ambiente, Valmir Ortega, e foi anunciada nesta sexta-feira, 21, no seminário de ?Planos e Projetos para o Fortalecimento da Gestão Ambiental no Estado do Pará?, que teve a participação dos servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente-SEMA.Para mostrar que a meta de 100 milhões de reais para os próximos anos é factível, Valmir Ortega fez questão de incluir na programação do seminário da SEMA a assinatura do primeiro acordo de compensação ambiental com a OMNIA MINÉRIOS S.A. responsável pelo empreendimento da Mina de Juruti, município no oeste do Estado.Pelo Termo de Compromisso assinado com a SEMA, a OMNIA MINÁRIOS S.A. repassou mais de 25 Milhões de Reais à secretaria, para serem usados em três Unidades de Conservação localizadas na Calha Norte do Rio Amazonas.Serão beneficiadas a Estação Ecológica ?Grão Pará?, que abrange os municípios de Alenquer, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná; a Reserva Biológica de Maicurú, localizada nos municípios de Almeirim e Monte Alegre, e o Parque Ambiental da Amazônia com área no Pará e amazonas.Ortega disse que a cobrança está prevista no art. 36 da Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUCC, nº 9.985 de julho de 2000, e determina que ?nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral?, lembrou o titular da SEMA.Mas as diretrizes no que tange ao cálculo, cobrança, aplicação e controle os gastos de recursos resultantes de compensação é de competência dos órgãos ambientais, conforme a Resolução do CONAMA nº 371 de abril de 2006.O secretário ainda destacou que a parceria construída com o projeto da ALCOA em Juruti é o primeiro configurado a partir da metodologia de ?Gradação de Impactos Ambientais? com nova fórmula de cálculo. No caso da OMNIA MINÉRIOS S.A., o percentual resultante foi de 1,5757% dos custos totais previstos na implantação do empreendimento, que em valores absolutos atingiram 25 Milhões 199 Mil e 975 Reais.O que determina a base de cálculo do valor final da compensação ambiental são as informações apresentadas pela empresa no seu Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental-EIA/RIMA.Entre os fatores levados em consideração na nova modelagem de cálculo da SEMA estão os impactos nas espécies da fauna e flora, locais, ameaçadas de extinção, que estão na Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do IBAMA e da Lista das Espécies Ameaçadas de Extinção do Estado do Pará.Outro avanço comentado por Valmir Ortega é o fato do dinheiro da compensação ser destinado ao Fundo Estadual de Meio Ambiente-FEMA, o que dá garantias de aplicação em atividades ambientais relevantes para o Estado. Antes a aplicação era delegada ao próprio empreendedor e a realidade mostra que ?o resultado nem sempre foi era o ideal?, assinalou o secretário da SEMA.O representante da ALCOA-MINA JURUTI na solenidade de assinatura do acordo, José Maurício Macedo, Gerente de Sustentabilidade e Assuntos Institucionais, disse que ?o acordo foi um parto?, se referindo às adequações e exigências que a empresa teve que superar, por solicitação da SEMA, até a finalização do ato, que ele festejou com uma vitória a favor do meio ambiente na região.Texto : Douglas Dinelli/SEMA