03/09/08

SÃO PAULO, 2 de setembro de 2008 – O índice acionário da BM&FBovespa ampliou o movimento de perdas registrado durante todo o pregão, pressionado pela inversão de tendência das principais bolsas de valores de Wall Street. Ao final dos negócios, a bolsa brasileira recuou 1,37%, aos 54.404 pontos. O giro financeiro somou R$ 4,18 bilhões.
As vilãs, tanto interna quanto externamente, foram as commodities, principalmente petróleo, metais e agrícolas. Apesar de geralmente exercer influência positiva nos índices acionários norte-americanos, a forte queda das commodities, registrada nesta terça-feira, acabou afetando papéis de petrolíferas, siderúrgicas, metalúrgicas. Estes, por sua vez, pressionaram o movimento como um todo.
“A forte queda de três índices acionários mexeram com os negócios: CRB – composto por papéis ligados as principais commodities, XLE – do setor de energia, e XME – composto por papéis dos setores de mineração e siderurgia. O foco, nesta terça-feira, não foi o Dow Jones”, afirma Luiz Roberto Monteiro, analista de investimentos da Corretora Souza Barros.
O preço do petróleo, por exemplo, perdeu impulso – recuando mais de US$ 5, negociado abaixo dos US$ 110 – após a confirmação de que o furacão Gustav passou pela costa do Golfo do México sem provocar danos significativos. Especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderá reduzir sua produção no encontro ministerial na próxima semana também pesou sobre os negócios.
Se a desvalorização das matérias-primas afetou negativamente as bolsas de Nova York, a pressão negativa na bolsa brasileira foi ainda maior. As ações preferenciais série A, ordinárias da Usiminas, e ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) caíram 6,32%, 6,23% e 5,78%, respectivamente. Já as ações preferenciais da Petrobras recuaram 3,21%.
Em contrapartida, as ações do setor bancário foram os destaques de alta, refletindo a notícia de um possível acordo do Lehman Brothers com o banco estatal sul-coreano KDB. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 2,74%, a R$ 30,29.
Além dos papéis do Bradesco, dentre as 66 ações que compõem o Ibovespa, os principais destaques de alta foram Vivo PN (+5,84%), Tam PN (+4,64%) e Sadia PN (+3,6%). Já entre as três maiores desvalorizações, além das ações citadas acima, estiveram Tim ON (-4,76%), Brasil Telecom PN (-4,11%) e Cosan PN (-3,48%).
Já o Ibovespa com vencimento em outubro registrou queda de 1,46%, a 55.100 pontos, nas negociações futuras da BM&FBovespa.
(Vanessa Correia – InvestNews)

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