Comitê de Sustentabilidade debate sobre fechamento de mina
26/05/22
O planejamento do fechamento de uma mina é questão estratégica para as mineradoras. Além dos aspectos relativos à segurança, estabilidade de estruturas e recuperação ambiental, os impactos socioeconômicos e a diversificação econômica são peças fundamentais para o desenvolvimento sustentável dos territórios com mineração.
Este tema foi debatido nesta quarta-feira, 25/05, durante a reunião do Comitê de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). O encontro virtual contou com 65 participantes que discutiram sobre modelos e ações desenvolvidas por mineradoras para o planejamento do fechamento de mina.
O engenheiro sênior da Vale, Gersonito Vieira, e a analista ambiental, Isabela Vieira, que fazem parte do GT Mitigação de Impactos Ambientais da Agenda ESG da Mineração do Brasil, apresentaram o trabalho desenvolvido para o levantamento dos guias globais de planos de fechamento de mina.
“O ciclo de vida de uma mina envolve várias etapas, dentre elas: planejamento, implantação, operação, fechamento e pós-fechamento. É preciso trabalhar desde o início do processo todo o engajamento das áreas necessárias para se fazer um fechamento adequado. Não queremos que esta fase seja apenas uma etapa no final da atividade da mina, mas sim um elemento integrante do projeto”, afirmou Gersonito.
O diretor de Relações com Associados e Municípios do IBRAM, Alexandre Mello, ressaltou o aspecto econômico, principalmente para as mineradoras de pequeno e médio porte e a importância da diversificação econômica nos territórios mineradores. “Ressalto a relevância da governança, que neste caso seria a gestão, que também deve se iniciar com o projeto, durante a vida útil da lavra. Assim, podemos chegar à fase final de fechamento com um plano estratégico junto aos nossos stakeholders”, diz.
O consultor da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG), Waldir Salvador, ressalta que a diversificação econômica nos territórios mineradores ainda é um desafio. “Vejo a diversificação como responsabilidade absoluta dos municípios, com envolvimento das mineradoras e participação do governo estadual. E isso deve e pode ser usado como a maior ferramenta de licenciamento social de uma mineradora em uma cidade. Afinal, estamos trabalhando para garantir o seu presente, mas principalmente para diminuir as possibilidades de falência do município no futuro. Se começar no início do projeto, vamos poder trabalhar 10, 20, 30 anos para construir uma matriz econômica mais diversificada da cidade para dar a ela uma sobrevida futura”, diz.