Comissão Européia analisa oferta da CSN para adquirir a britânica Corus
05/01/07
Patrícia Nakamura05/01/2007
Entidades antitruste da Europa vão emitir até dia 5 de fevereiro parecer sobre a proposta de compra da Corus Group feita pela Cia Siderúrgica Nacional (CSN) em meados de novembro do ano passado. O comunicado foi feito ontem pela Comissão Européia, com sede em Bruxelas. No mês passado, a CSN ampliou sua oferta à siderúrgica britânica para 515 pence por ação, o correspondente a 4,9 bilhões de libras esterlinas (US$ 9,6 bilhões).
“A análise da proposta é um procedimento normal durante um processo de aquisição. Temos a expectativa de que nossa oferta também será aprovada”, disse ao Valor José Marcos Treiger, diretor de relações com investidores da CSN.
A Tata Steel, que também está interessada na compra dos ativos da Corus, já obteve a bênção da Comissão Européia para levar adiante sua proposta realizada em outubro. A oferta inicial, de 455 pence por ação, feita no dia 20 daquele mês, foi elevada a 500 pence no início de dezembro.
CSN e Tata aguardam o próximo dia 30, data limite estabelecida pelo “Takeover Panel” (órgão regulador de fusões e aquisições do Reino Unido) para que os interessados façam novas ofertas pela Corus. Apesar de as empresas não se pronunciarem oficialmente por questões estratégicas, há rumores de que a indiana Tata possa ampliar em breve sua oferta em até 10%, o que poderia provocar um novo contra-ataque do grupo brasileiro.
Analistas cogitam que a disputa pela Corus possa levar as ofertas a patamares próximos a 600 pence por ação, o que geraria tensões sobre os processos de fusões e aquisições no setor de siderurgia que podem ser deflagrados ao longo de 2007.
O diretor da CSN não quis fazer comentários sobre a estratégia para ficar com os ativos ingleses. Mas disse que a direção recebeu com satisfação o prazo imposto pelo “Takeover Panel” para a realização de novas propostas. “A decisão é benéfica tanto para os concorrentes como para a própria Corus, pois a indefinição é prejudicial num negócio dessa dimensão. E as empresas envolvidas podem traçar suas estratégias futuras mais rapidamente”.
Há uma possibilidade de que a disputa pela Corus se transforme em leilão, caso a disputa pelo ativo se torne acirrada próximo do dia 30. Bancos e consultores contratados pelas duas empresas devem passar as próximas semanas estudando até onde podem elevar suas apostas. Mas a apresentação das propostas deve ser deixada mesmo para a última hora.
Valor Econômico