Coluna de Regina Martinez
10/03/08
Tecnologia nuclear dominada!A energia nuclear é, sem dúvida, a fonte de energia mais segura, econômica e limpa das fontes alternativas. Em relação à hidrelétrica, tem a vantagem de não interferir no meio-ambiente, não desalojar comunidades, não usar um dos recursos mais escassos do mundo que é a água. Mas o Brasil insiste em andar na contramão da história. Desde 1979, desenvolve o Projeto Aramar, um dos mais íntegros programas de enriquecimento de urânio, no âmbito da Marinha de Guerra. Com profissionais brasileiros capacitados, o país desenvolveu técnica de enriquecimento de urânio cobiçada por todos os países que detêm esta tecnologia, inclusive os EUA, com objetivo de construir o submarino nuclear. Há quem não conheça e nem acredite na capacidade brasileira. Foi assim com a indústria aeronáutica, com o pró-álcool e com a energia nuclear. Compreensível: um país que não sabe o esforço de se formar doutores não dá valor ao conhecimento que produz.CIÊNCIA E TECNOLOGIAFalta pouco, muito pouco em recursos para que o Brasil seja autônomo e soberano no domínio da tecnologia do enriquecimento de urânio e produção de energia nuclear. O projeto, patinho feio do governo e dos brasileiros, vem se arrastando e só não morreu por obra e graça dos militares e de uns poucos interessados no Executivo e no Congresso Nacional. No final de fevereiro, o Projeto Aramar recebeu a visita de parlamentares e de um grupo de secretários e autoridades do MCT, inclusive o secretário executivo, Luis Antonio Elias.VERBA E LUGARO MCT vai liberar a verba para a finalização do Projeto, que virou o ano sem lugar no Orçamento. Ficou sob a guarda do MCT, que deverá liberar R$ 130 milhões, anualmente, ao longo de 8 anos. O Contra-almirante Bezerril, Diretor do Centro de Iperó, em São Paulo, deixou claro: as dificuldades decorrem de que nenhum país ou empresa dá ou transfere tecnologia e conhecimento. Pelo contrário: são grandes as dificuldades para importação de equipamentos, que acabam sendo desenvolvidos no país.Olho na GranaMineraçãoQuem aposta em empresas nos setores de mineração e siderurgia, deve acompanhar o desempenho brasileiro no mercado internacional. Isto porque os maiores consumidores de nossos minérios são países como China e EUA.Brasil no rankingDados recentes do Ibram – Instituto Brasileiro de Mineração – mapearam a produção mundial e o lugar do Brasil entre os principais produtores. No seleto clube dos produtores, os players principais são Rússia, Canadá, China, Austrália, Índia e Chile, entre outros.MineraisO Brasil é o primeiro produtor mundial de nióbio e segundo produtor de ferro, manganês, tantalita e bauxita. Importante também é a produção de magnesita, estanho e rochas ornamentais.InvestimentosAinda segundo o Ibram, o Brasil deverá investir US$ 32 bilhões na mineração até 2011, sendo que quase a metade destes recursos será investida na exploração do ferro (US$ 14 milhões 130 mil). CVRD, MMX e CSNA Vale do Rio Doce vai investir, até 2011, US$ 4 milhões só na exploração de ferro, tanto em MG como em Carajás (PA). A MMX, entre Minas e Rio, estará investindo US$ 2 milhões 350 mil também em ferro; a CSN, também na exploração de ferro em Minas, investirá US$ 1 milhão 900 mil.Agenda e Negócios* Isto é Mineração! A expressão dá nome à exposição itinerante a ser lançada em Brasília, no Congresso Nacional, promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A exposição estará espalhada por 6 salas e procura chamar a atenção para o uso intensivo de minerais no cotidiano moderno. A exposição estará em Brasília de 10 a 17 de março.* A PEC 171 que flexibiliza o monopólio da União na pesquisa e lavras de minérios e minerais nucleares estará na pauta da Câmara dos Deputados neste mês de março. Segundo o Ibram, o Brasil prospectou cerca de 1/4 de seu território em busca de minérios e minerais nucleares na década de 80, atividade paralisada pelo desinteresse da União. Apesar disso, o país está situado em 6º lugar no ranking internacional dos principais detentores destas reservas.
Hoje em Dia