Colômbia impede Gerdau de comprar usina estatal
05/01/07
A autoridade antitruste da Colômbia impediu a siderúrgica brasileira Gerdau de fazer uma oferta de compra pela estatal Acerias Paz del Rio. A usina, segunda maior siderúrgica colombiana, deverá ser leiloada nas próximas semanas.
“A possível fusão entre a Gerdau e a Paz del Rio irá indevidamente restringir a competição”, disse Jairo Rubio, chefe da agência nacional antitruste. A companhia poderá ser liberada a participar do leilão aceitando condições que devem ser incluídas na oferta de compra, como a separação de algumas operações, explicou Rubio.
O grupo Gerdau informou que entrará com recurso para reverter a decisão e poder participar do leilão do capital social da empresa. A siderúrgica gaúcha tem até terça-feira para entrar com a apelação.
A Gerdau tornou-se a maior produtora de aço da Colômbia ao adquirir duas usinas, a Diaco e a Siderúrgica del Pacifico, em um acordo firmado no fim de 2004.
As autoridades antitruste aprovaram a possibilidade de oferta da Paz del Rio pela principal rival da Gerdau, a gigante siderúrgica Arcelor Mittal. A Mittal e a Arcelor esperam concluir em junho uma fusão de US$ 33,4 bilhões, consolidando a criação do o maior grupo de aço do mundo.
Investidores esperam que o governo colombiano e 6,7 mil antigos e atuais empregados da Paz del Rio vendam 52% das ações da companhia em um leilão esperado para o fim do mês. O preço mínimo pelas ações foi fixado em US$ 192 milhões.
A Gerdau possui, na Colômbia, duas usinas siderúrgicas, uma produtora de perfis e vergalhões e uma de aços especiais, além de três laminações. Quando assumiu os ativos, a capacidade instalada era de 460 mil toneladas dos dois tipos de aços e 605 mil toneladas de laminados. No fim de 2005, o grupo anunciou investimento de US$ 50 milhões para ampliar a produção em 50% até 2008. A Paz del Rio pode produzir até 300 mil toneladas de aços longos por ano.
O parque siderúrgico colombiano está apto a fazer até 700 mil toneladas anuais. A demanda é completada com a importação de 1 milhão de toneladas. Mesmo assim, o consumo de aço na Colômbia é considerado um dos mais baixos na América Latina, cerca de 60 quilos por habitante ao ano, metade do brasileiro. (Colaborou André Vieira, de São Paulo)
Valor Econômico