Carta Compromisso: mineradoras e especialistas debatem compliance e transparência no setor
25/05/21
Compliance e transparência são práticas que precisam estar convergentes e destacadas na governança das mineradoras, de modo a construir uma reputação aceita, respeitada e reconhecida pelas pessoas. Quanto mais legitimidade as organizações conquistarem perante a sociedade em geral ou junto aos públicos de interesse mais sucesso e menos conflitos terão em suas trajetórias. Avaliar e mitigar riscos, estabelecer um relacionamento transparente com a sociedade, instituir e cumprir compromissos com a ética e demais boas práticas são recomendações que especialistas em compliance e comunicação debateram nesta 3ª feira (25/05) durante o seminário interno Carta Compromisso – Grupo de Trabalho Comunicação & Reputação, organizado online pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e mineradoras associadas.
O evento integra a agenda de ações estabelecidas pelo setor mineral para cumprir as metas estabelecidas no documento Carta Compromisso IBRAM Perante a Sociedade.
Este documento lista iniciativas do setor para aperfeiçoar seus indicadores em 12 áreas relacionadas às operações das mineradoras.
130 pessoas prestigiam seminário
Participaram como expositores e debatedores Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial; Duncan Grieve, advogado associado da Cadwalader, Wickersham & Taft LLP; e Thiago Jabor Pinheiro, sócio do Mattos Filho Advogados. Foram mediados por Neuma Eufrázio, gerente de governança e compliance da Anglo American. Participaram da abertura Flávio Penido, diretor-presidente do IBRAM, Paulo Henrique Soares diretor de Comunicação e Raquel Pessôa, gerente de Comunicação da Anglo American.
“Hoje tivemos a grata oportunidade de falar de um tema relevante para nossa sociedade e para o meio empresarial que é o compliance. É o caminho para construirmos negócios cada vez mais saudáveis, pautados na ética. É oportunidade para a troca, o diálogo e o aprendizado para todos”, disse Raquel Pessôa. O seminário online registrou audiência de 130 pessoas.
“O setor mineral está em pleno processo de transformação, realizando ações concretas para melhorar seus indicadores de sustentabilidade, de segurança operacional, ao mesmo tempo em que reforça as práticas de transparência no seu relacionamento com a população brasileira”, afirmou Flávio Penido.
Os convidados abordaram vários temas, entre os quais, como exercem seu papel na defesa da ética e quais barreiras costumam enfrentar nessa atuação; as principais práticas de compliance das empresas, inclusive as do setor de mineração; a gestão de riscos em ambiente de crise, como a da atual pandemia, quando as organizações estão sujeitas a uma maior exposição ao risco.
Carta Compromisso alinhada às boas práticas
Thiago Pinheiro informou que entre as atividades de sua empresa está apoiar os clientes em relação ao compliance: a melhorar seus controles internos, estabelecer programa de integridade, melhorar processos internos das organizações para evitar ocorrências e lidar com elas quando acontecem. Ele afirmou que a Carta Compromisso do IBRAM, que apresenta compromissos voluntários das mineradoras, “estabelecem marcos de conduta que podem ser cobrados posteriormente dos integrantes desse movimento setorial. E acabam funcionando como incentivos para a adoção de políticas e boas práticas corporativas. São posicionamentos superimportantes, vistos com bons olhos”, afirmou.
“É preciso pensar na prática do programa de compliance de uma empresa de modo a atrair a participação de todos. Ele não pode ficar na gaveta ou no website e os funcionários continuarem sem atuar em acordo com o que o programa estabelece”, disse Duncan Grieve.
“Compliance não é um tema conceitual; é como gerenciar riscos na prática” afirmou Grieve, passando algumas dicas sobre a adoção de um programa de compliance, entre as quais: proceder a avaliação inicial dos riscos como passo fundamental para traçar o programa de compliance; envolver o maior número de pessoas da organização e até mesmo consultores externos, se for o caso; estabelecer procedimentos de compliance realistas e concentrar atenção prioritária nas áreas de operação do negócio que geram mais riscos.
Entre suas intervenções no debate, Paulo Nassar ressaltou que os fundos de investimento internacionais e as empresas que recebem aportes, caso das mineradoras, são pressionados a adotarem as boas práticas relacionadas ao ESG – sigla em inglês para iniciativas voltadas ao meio ambiente, à responsabilidade social e à própria governança corporativa.
Nassar vê esta situação como oportunidade para subsidiar o trabalho dos comunicadores, que precisam desenvolver narrativas relacionando os valores corporativos relacionados a diversas questões que são cada vez mais cobradas pela opinião pública, caso das ambientais, sociais e as conectadas à governança das organizações. “A empresa bem representada nesse sentido tem um patrimônio valioso(…) os dirigentes não administram mais apenas produtos, bens, mercados, mas, também, o ‘simbólico da organização’, que não é mais algo que possa ser considerado intangível; ele tem representação econômica”, afirmou.
Os temas compliance, reputação e comunicação do setor mineral serão novamente abordados em lives durante o evento online, aberto ao público, e-Mineração: Evento de Negócios, programado para os dias 16 e 17. Faça agora sua inscrição gratuita.
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