Brasileiro vai comandar área de alumínio da BHP
08/02/07
Vera Saavedra Durão08/02/2007
Leo Pinheiro/Valor
Experiência internacional de 17 anos vai ajudar a enfrentar novo desafio, de acordo com Nelson Silva
;Mais um brasileiro segue para Londres com a missão de comandar uma operação importante no segmento de mineração e metais. Nelson Silva, ex-executivo da Vale do Rio Doce , assumirá na segunda-feira a área de alumínio da anglo-australiana BHP Billiton, maior mineradora do mundo, com faturamento anual de US$ 29 bilhões. Somente as operações de alumínio faturam US$ 1,6 bilhão. Em dezembro, José Francisco Martins Viveiros, também ex-Vale, foi convidado para ser responsável pela área de minério de ferro da Arcelor Mittal.
Na BHP, Silva vai ocupar o cargo de presidente para estratégia e desenvolvimento de negócios de alumínio a nível global e acumulará a presidência das operações de alumínio na América do Sul, onde cuidará de todas as participações acionárias da companhia na região. No Brasil, a BHP detém 14,8% na Mineração Rio do Norte (MRN), produtora de bauxita que tem como sócios Vale, Alcan, CBA, Alcoa, Norsk Hydro e Abalco. Tem ainda cerca de 40% das operações de produção de alumina e alumínio da Alumar, no Martanhão. No Suriname, possui uma joint-venture com a Alcoa na mina Bakhui (bauxita) e na Paranam, unidade de produção de alumina. No ano passado, vendeu sua participação na Valesul para a Vale.
“Será um grande desafio, por ser uma área nova”, disse Silva ao Valor. Ele diz que que sua experiência global vai lhe ajudar a entender do novo negócio. Silva deixou a Vale há três meses, onde ocupava o cargo de diretor comercial e liderava a equipe de negociação de preços do minério de ferro em cinco países.
Durante 17 anos dos quase 30 de vida profissional, ele ocupou vários cargos na Vale, sendo a maior parte do tempo no exterior. Foi representante da mineradora brasileira na Bélgica e posteriormente, no início dos anos 90, no Japão. Na ocasião, ele foi o mentor do projeto que deu origem a escalada de vendas de minério de ferro para a China.
Segundo Silva, partiu da BHP o convite para a nova função. “Algumas pessoas da empresa já me conheciam, por conta do meu trabalho como negociador de preços de minério”. Agora, Silva se prepara para ir morar na Inglaterra com a família. Já no dia 12 ele assume oficialmente o cargo na sede da empresa em Londres e, em seguida, sai viajando mundo afora. “Já tenho uma viagem marcada para visitar as operações de alumínio na África do Sul”, adiantou.
Para o engenheiro naval, de 51 anos, formado pela Escola Politécnica da USP, com mestrado de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a fase agora é de “aprendizado” . “Tenho experiência de expatriado, pois já trabalhei em seis países, mas reconheço que tenho muito a aprender sobre a nova empresa e sobre o negócio de alumínio”. Sua tarefa na BHP é de grande importância, pois compete a Silva desenvolver novos projetos, tocar os planos já em andamento e até mesmo fazer aquisições ao redor do mundo.
Ontem, a BHP Billiton anunciou a saída do diretor-executivo Charles Chip Goodyear, após nove anos de casa e aproveitou para divulgar um plano de recompra de US$ 10 bilhões em ações. No último semestre fiscal, a empresa teve lucro de US$ 6,2 bilhões, 41% superior ao mesmo período do ano anterior.
Valor Econômico