Brasil está mal preparado para choque externo, diz Nexa
29/05/18
Dadas as circunstâncias internacionais e a suscetibilidade do Brasil a choques externos, a economia pode sentir maior instabilidade e o cenário político atual, piorar, comenta Tito Martins, presidente da Nexa Resources (exVotorantim Metais) e vencedor do Executivo de Valor na categoria mineração e metalurgia. Ele aposta que a greve de caminhoneiros da última semana tem potencial para mexer inclusive nas eleições de outubro.
“Para o país, o impacto econômico é sério, precisamos retomar um crescimento mais forte, em bases reais, voltar o emprego. O Brasil está mal preparado para reagir a turbulências externas”, diz. “E apesar da atuação internacional da Nexa, a América Latina representa ao menos metade de nossas receitas e o Brasil é o carro-chefe. Ou seja, somos impactados e impedidos de vender mais por aqui.”
O presidente da fabricante de zinco, cobre e chumbo, por outro lado, enxerga o cenário internacional mais equilibrado do que internamente, o que beneficia suas operações lá fora. Além da falta de ritmo no crescimento econômico, a greve piorou a situação brasileira e pode ter consequências mais sérias daqui para frente.
“A maneira com a qual a negociação foi levada mostra que o governo atual está enfraquecido. Faltou maior seriedade ao tratar com os caminhoneiros”, opina o executivo. “Nas eleições, o ambiente criado acaba favorecendo os candidatos mais radicais. Arriscaria que a intenção de voto em alguns desses candidatos mais extremos vai subir nas próximas pesquisas.”
Fonte: Valor Econômico