Brasil e Suécia debatem inovação no setor de mineração
27/05/15
Evento realizado na sede da FIEMG, em Belo Horizonte (MG), reuniu cerca de 200 pessoas em uma manhã de discussões e apresentações técnicas relacionadas aos setores de mineração e florestalEm um clima de otimismo e com objetivo de buscar alternativas tecnológicas para enfrentar a crise econômica que atinge todo o mundo, uma comitiva da Suécia visitou o Brasil visando estreitar parcerias comerciais com as indústrias do País. Em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração ? IBRAM (www.ibram.org.br) em parceria com o Sistema FIEMG, o Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra) e a Embaixada da Suécia, o tema inovação foi amplamente debatido em palestras e em grupos de trabalho. O Seminário ?Inovação no Setor de Mineração ? A Experiência Sueca e Brasileira? foi realizado no dia 22 de maio, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), em Belo Horizonte (MG).A reunião, que contou com a presença de uma comitiva liderada pelo Ministro da Indústria, Comércio e Inovação da Suécia, Mikael Damberg, e pelo embaixador do País no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, teve início com o pronunciamento do Presidente do Sistema FIEMG, Olavo Machado Junior, que frisou a importância de debater as relações econômicas entre os dois países. ?Existe uma enorme possibilidade de cooperação entre Brasil e Suécia, ampliada pelos institutos de inovação. É de extrema importância aproximar principalmente as pequenas e médias empresas dos dois países para acordos maiores e mais constantes?, pontuou.Em seguida, o Diretor-Presidente do IBRAM, Vice-Presidente da FIEMG e Presidente do Sindiextra, José Fernando Coura, relembrou a relação da Suécia com a mineração, especialmente em relação à tecnologia utilizada em minas subterrâneas e em empresas como a Atlas Copco e a Sandvik. ?Minas Gerais e o Brasil precisam ampliar parcerias na inovação, fazendo uma mineração cada vez mais sustentável, responsável e com função social?, frisou. ?Os suecos estão no topo da produção de minério de ferro no continente europeu. Nos últimos anos, devido à tecnologia aumentaram bastante sua capacidade produtiva e é muito positivo que o setor mineral brasileiro tenha contato com essa experiência?, completou.O Presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais e Presidente da Câmara da Indústria Florestal da FIEMG, Fausto Varela Cançado, destacou a questão as florestas plantadas. ?Minas Gerais tem o maior maciço de floresta plantada do Brasil, o que é um terreno muito fértil para que possamos desenvolver um trabalho de inovação em parceria com a Suécia?, elogiou.Já o Diretor-Presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG), Marco Antônio Castello Branco, garantiu o apoio da Companhia para novos projetos discutidos durante o seminário. ?Assumimos o papel de agentes fomentadores do desenvolvimento do estado. Para nós, um dos pontos mais importantes é a discussão da geração de energia a partir da biomassa, setor em que a Suécia tem tradição. O Brasil tem hoje necessidade de ampliar seu campo energético e Minas Gerais tem condições de se inserir de forma competitiva nesse setor?, garantiu.O Secretario de Estado de Desenvolvimento Econômico do Governo de Minas Gerais, Altamir Rôso, que na ocasião representou o Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, afirmou que o grande desafio de Minas Gerais é desenvolver a cadeia produtiva. ?Precisamos agregar valor aos nossos produtos e transformar todo o potencial que temos em riqueza. Contamos com a experiência sueca para que possamos desenvolver ainda mais o setor de mineração e transformação?, destacou.O Embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, afirmou que os temas discutidos são atuais, relevantes e de especial importância para o governo da Suécia. ?As relações entre o Brasil e a Suécia são excelentes ? o País é nosso principal parceiro comercial na América Latina. Nosso objetivo, com essa visita, é fortalecer ainda mais essa parceria. Há um enorme potencial inexplorado não só em setores como mineração e florestal, mas em outros como a tecnologia?, pontuou. A Suécia é uma das nações do mundo que mais investe em tecnologia ? cerca de 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) – e várias empresas suecas possuem avançados centros de tecnologia no Brasil. ?Estou muito otimista. Em muitos aspectos vejo a Suécia e o Brasil como parceiros ideais?, completou.O Ministro da Indústria, Comércio e Inovação, Mikael Damberg, afirmou ainda que o Brasil e Suécia são países muito diferentes, mas que compartilham de muitas características em comum. ?Queremos aproveitar essa oportunidade para tornarmos os vínculos bilaterais mais fortes do que nunca e acreditamos que é extremamente importante que as organizações se envolvam nessas discussões, fundamentais em um cenário de desenvolvimento e crescimento do mercado?, pontuou.?Teremos que focar em cooperação e parcerias para vencer os desafios, dialogar entre os diferentes atores e utilizar os recursos de forma inteligente. Para isso, é fundamental trocarmos experiências?, afirmou Damberg.Também representaram o Governo da Suécia o Conselheiro da Embaixada da Suécia no Brasil, Mikael Ståhl, a Chefe de Gabinete no Ministério do Comércio, Indústria e Inovação da Suécia, Stina Billinger, o Assessor do Ministério do Comércio, Indústria e Inovação, Per Stagnell, o Vice-Diretor do Departamento Internacional no Ministério do Comércio, Indústria e Inovação da Suécia Johan Norin.Workshop sobre setor de MineraçãoDurante workshop sobre o setor de mineração, o IBRAM foi representado pelo Diretor de Assuntos Minerários, Marcelo Tunes, que destacou a importância do evento e apresentou aos participantes a EXPOSIBRAM 2015 e o World Mining Congress 2016. Em seguida, representantes de empresas brasileiras e suecas detalharam projetos de tecnologia aplicados em seus processos.O Gerente Geral de Tecnologia e Ecoeficiência da Samarco, Denilson Rodrigues de Araújo, enfatizou em sua apresentação a importância do uso da tecnologia nos tempos atuais. ?Estamos investindo cada vez mais em tecnologia para enfrentarmos os desafios sem diminuirmos nossa produção?, completou. ?A mineração no Brasil vive um momento em que, principalmente por conta da pressão da sociedade, o setor precisa se reinventar e garantir a licença social para operar. A inovação ajuda nesse sentido?, enfatizou.A experiência da AngloGold Ashanti, maior produtora de ouro do Brasil e a terceira maior do mundo, foi compartilhada pelo Diretor de Projetos e Inovação da empresa, José Roberto Vago. ?Focamos o investimento em inovação também em pessoas e projetos, não só em equipamentos. Inovar não é uma tarefa fácil e deve fazer parte da estratégia da empresa?, afirmou. Já o Vice Presidente da Sandvik Mining Brasil, Rafael Zenha, explicou que a empresa investe mais de 1 bilhão de reais por ano e direciona as atividades de mais de três mil funcionários apenas em projetos de inovação. ?Temos mais de oito mil patentes ativas e acreditamos que novos produtos são fundamentais para o crescimento contínuo de nossa empresa?, destacou.O Gerente de Negócios da Atlas Copco, Edvaldo Alves dos Santos Junior, apresentou a visão sobre inovação praticada pela empresa, classificada entre as dez mais sustentáveis do mundo e o Gerente de Vendas da Oryx, Fábio Pankowski detalhou as principais simuladores de equipamentos desenvolvidos pela empresa.O Professor Diego Galar, da Universidade de Tecnologia de Luleå, aproveitou a oportunidade para apresentar a Universidade e os diversos projetos que estão sendo tocados pela instituição.Ao final do evento, Marcelo Tunes frisou a importância da inovação na superação do atual momento econômico vivido pelo Brasil. ?O grande desafio que a mineração vive é a necessidade de compreendermos e definirmos melhor o que é a inovação e entendermos que ela não se restringe a equipamentos e processos, mas envolve também aspectos como as relações com as comunidades?, finalizou.
Mesa da Solenidade de abertura do Seminário. Crédito: Alessandro Carvalho.
Seminário ?Inovação no Setor de Mineração ? A Experiência Sueca e Brasileira?. Crédito: Alessandro Carvalho.Cerca de 200 pessoas compareceram ao seminário realizado na sede da FIEMG. Crédito: Alessandro Carvalho.
Fonte: IBRAM ? Profissionais do Texto